Em 10 anos, comércio da zona Norte de Natal cresceu 47%

Foto: Alex Régis

Uma região marcada por profundas mudanças na cena urbana nas últimas décadas. Shoppings, supermercados, farmácias, lojas de variedades e dezenas de pequenos comércios ao longo das principais avenidas. É dessa forma que a paisagem da zona Norte de Natal se transforma e ganha novos contornos. Em 10 anos, o número de negócios ativos na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Norte (Jucern) localizados na área, aumentou 47,33%.

O quantitativo acompanha o aumento da população. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal estima que, em 13 anos – entre 2007 e 2020, o número de residentes nessa área da cidade cresceu 23,81%, o maior aumento entre as quatro zonas administrativas da capital.

Os negócios ativos se multiplicaram sucessivamente em uma década, segundo a Jucern. Em 2011, eram 4.225 empresas ativas. Os dados de 2021, mesmo ainda com o ano em curso, apontam 6.269 negócios ativos na Junta Comercial. O número, inclusive, já é maior do que todo o ano de 2020, quando a Jucern registrou 6.115 empresas em atuação – um crescimento de 2,51%.

Além dos 4.225 negócios ativos em 2011, a Junta Comercial registrou, em 2012, 4.565 empresas atuantes; em 2013 foram 4.883; em 2014, 5.196 empresas; 2015 teve 5.457 negócios ativos; em 2016, foram 5.646; em 2017, o número saltou para 5.827; em 2018, chegou a 5.944; em 2019, foram 6.030; em 2020 foi a 6.115 negócios; neste ano, já são 6.269 até o momento.

Os bairros com maior número de negócios ativos atualmente são Potengi (2.135), Nossa Senhora da Apresentação (1.220), Pajuçara (990), Igapó (871), Lagoa Azul (793), Redinha (258) e Salinas (2).

Segundo a Junta Comercial do RN, os 6.269 negócios ativos atualmente estão divididos em variados tipos. Os principais são o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (com 215 empresas ativas), o comércio varejista de mercadoria em geral, com predominância de alimentos, como mercados, mercearias, mercadinhos e armazéns (com 189 negócios ativos) e o comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos, com 137 empresas atuantes na Junta Comercial.

Somam-se a estes, restaurantes e similares (125); comércio varejista de materiais de construção (119); comércio varejista de produtos farmacêuticos (90); e comércio varejista de bebidas (86), dentre outros.

Quando o assunto são os pequenos negócios, a zona se destaca como a que concentra quantidade significativa de microempreendedores individuais (MEI) em toda a cidade. Segundo o Sebrae-RN, há 20 mil MEIs na região, o que corresponde a 26% do total registrado na capital, que é de 79 mil. Os bairros de Potengi (6.012), Nossa Senhora da Apresentação (5.216) e Pajuçara (4.507) lideram os números.

Pequenos negócios se concentram na área do shopping

A maior parte dos pequenos negócios da zona Norte (60%) está concentrada na região dos shoppings instalados na Avenida Dr. João Medeiros Filho, conhecida como Estrada da Redinha. A cerca de 2 quilômetros, não muito longe do principal centro de compras da zona Norte (Partage Norte Shopping), está a Pompéia (Avenida Antônio de Melo e Souza), no bairro Pajuçara.

A via, que possui aproximadamente 2,6 km de extensão, conta com uma diversidade de estabelecimentos instalados em todo o perímetro. São óticas, lotéricas, farmácias, lanchonetes, dezenas de lojas de roupa, dentre outros negócios.

Ainda na Avenida João Medeiros Filho, a empresária Liliane Araújo comemora, orgulhosa, a expansão de sua clínica odontológica. “Abrimos uma segunda unidade lá no Potengi, mesmo em meio à crise da pandemia”, conta. A primeira unidade se instalou há três ano, na João Medeiros Filho e a expectativa é continuar expandindo para região.

“Escolhi a zona Norte para investir porque eu sou daqui. Então, optei por ficar, na área, que tem uma clientela ampla e que necessita dos nossos serviços”, destacou Liliane, ao ressaltar também a variedade de negócios existente no entorno. “A diversidade que nós temos no comércio ajuda na captação de clientes para a clínica”, pontua.

A zona Norte da capital tem sido atrativa também para quem quer trabalhar, sem ter que cruzar a ponte todos os dias para chegar ao outro lado da cidade. A manicure Raiane Rodrigues, de 32 anos, mora no Parque das Dunas e trabalha na Avenida João Medeiros Filho há quatro anos. Mas nem sempre foi assim. “Trabalhei durante muitos anos em Petrópolis [zona Leste]. Saía de casa às 6h, para chegar ao serviço às 8h. Na época, não tinha nenhum ônibus que fizesse o percurso do meu bairro até Petrópolis pela Ponte Nova. Então, todo dia eu enfrentava engarrafamento na Ponte de Igapó”, relata.

Após o nascimento da filha caçula, Raiane resolveu voltar a trabalhar na zona Norte. “Saio do serviço às 18h30. Pego o ônibus e em 20 minutos estou em casa. Até tentei continuar trabalhando do outro lado da cidade, mas com o nascimento da minha filha mais nova, ficou impossível. Era horrível encarar ônibus lotado e engarrafamento todo dia como acontecia antes”, conta a manicure.

Panorama dos negócios
Número de negócio ativos na zona Norte de acordo com a Jucern entre 2011 e 2021
2011 – 4.225
2012 – 4.565
2013 – 4.883
2014 – 5.196
2015 – 5.457
2016 – 5.646
2017 – 5.827
2018 – 5.944
2019 – 6.030
2020 – 6.115
2021 – 6.269

47,33% foi o crescimento registrado em 10 anos

Número de negócios ativos na Jucern em 2021, por bairros da zona Norte
Potengi: 2.135
Nossa Senhora da Apresentação: 1.220
Pajuçara: 990
Igapó: 871
Lagoa Azul: 793
Redinha: 258
Salinas: 2

POR JUCERN/TRIBUNA DO NORTE

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.