Em entrevista, Doria faz críticas a Bolsonaro

Ao participar de uma live no Instagram do Diario de Pernambuco, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), creditou ao Congresso Nacional o DNA do auxílio emergencial de R$ 600, destinados à pessoas de baixa, trabalhadores informais e desempregados durante a pandemia da Covid-19.

“O governo federal pensava em um auxílio emergencial de R$ 200”, frisou. Ele lembrou que foram os deputados e senadores que, “de forma altiva e correta”, estabeleceram em um “debate democrático” com os demais partidos que o auxílio emergencial deveria chegar a R$ 600. “Três a mais do que pensava o governo do presidente Jair Bolsonaro”, pontuou Doria.

O governador fez a ponderação quando questionado pelo diretor de redação do jornal, Kauê Diniz, que conduziu a entrevista, se o presidente Jair Bolsonaro poderia utilizar o benefício com uma espécie de cartão de visita eleitoral de 2022, principalmente no Nordeste. Doria ponderou que não estava desmerecendo o governo federal, mas “restabelecendo” a verdade e que se o presidente realmente usar o auxílio como cabo eleitoral terá que ser contestado. 

“Ele (Bolsonaro) teve correta decisão de homologar a medida, mas ele não é o autor dessa medida. Ele não é o pai”, reforçou o governador, alertando que o auxílio deverá durar mais 60 dias e que o governo não terá orçamento para continuar. “Teremos dias difíceis pela frente”, observou o tucano.

Durante a entrevista, João Doria também criticou a postura do presidente em relação às atitudes dele durante a pandemia, inclusive, conforme destacou, incentivando aglomerações e o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, quando as autoridades de saúde orientam o contrário. O governador chegou a ironizar quando disse que “tem uma pessoa em Brasília com Covid-19 que está tomando essa medicação todos os dias e ainda não está curada”, ressaltou, referindo-se ao terceiro exame feito por Bolsonaro e que confirmou que o presidente continua infectado pela doença. O governador de São Paulo também ressaltou que as atitudes de Bolsonaro que levaram os apoiadores do presidente a promover manifestações contra a democracia, Supremo Tribunal Federal (STF), o isolamento social e os governadores. Mesmo assim, de acordo com Dória, todos se uniram, até os do partido do presidente, e implantaram a quarentena em seus estados. “Espero que quando ele se recuperar faça uma reflexão, tenha compaixão do povo, volte a dialogar com os governadores e cuide do país”. Ao falar sobre os procedimentos adotados no seu estado para conter o avanço do novo coronavírus, o governador falou com entusiasmo sobre a testagem da vacina CoronaVac, que é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. De acordo com o gestor, o estado de São Paulo recebeu 20 mil doses que serão aplicadas em nove mil voluntários.


Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.