Empresários discutem estratégia eleitoral e articulam “chapa do setor produtivo”

Representantes do setor produtivo querem formar uma chapa competitiva para disputar as eleições de outubro no Rio Grande do Norte. Insatisfeitos com o status quo e com a configuração que se desenha para o próximo pleito, gestores empresariais têm feito reuniões de cunho político com o objetivo de traçar uma estratégia eleitoral que acomode os interesses do segmento.

Quatro personagens têm se destacado na articulação e podem ser candidatos em 2018. São eles os empresários Tião Couto e Marcelo Alecrim, que atuam respectivamente nos setores petrolífero e de combustíveis, o desembargador de Justiça Cláudio Santos e o ex-governador Melo.

A pretensão do grupo é que a definição sobre as pré-candidaturas surja nas próximas conversas. Por enquanto, os quatro têm se dedicado ao trabalho de mobilização de outros empresários do estado, buscando adesão ao movimento político.

A avaliação de parcela do empresariado é que as próximas eleições serão propícias à ascensão de “outsiders” na política potiguar. O movimento, observado em boa parte do mundo, consiste na incursão na política de personagens bem sucedidos em outras áreas, notadamente no setor privado.

Em entrevista ao Agora RN nesta quinta-feira, 25, Geraldo Melo afirmou que, pelo que tem ouvido nas reuniões, “o setor produtivo vai sair do casulo em 2018”. Na avaliação dele, o cenário eleitoral para o Governo do Estado ainda não está definido e há campo para o surgimento de uma candidatura competitiva para disputar a sucessão de Robinson Faria (PSD).

Tião Couto é outro que já se pronunciou publicamente sobre o assunto. O empresário disputou as eleições de 2016 na condição de candidato a prefeito de Mossoró e, na oportunidade, ficou em segundo lugar. Agora, ele é cogitado para disputar o Senado ou até mesmo o Governo.

O empresário, que saiu recentemente do PSDB e é cotado no PR, diz que o grupo político ao qual pertence terá candidatos próprios em todos os cargos em disputa na eleição deste ano. “Vamos ter candidatos na majoritária. Este é o nosso projeto, e vamos seguir com ele. No final de fevereiro ou em março, teremos a definição dos nomes. Isso está aberto, mas é mais provável que eu seja candidato a governador. Vai depender de uma decisão colegiada”, comenta.

Marcelo Alecrim e Cláudio Santos, por sua vez, evitam tratar do tema.

O magistrado justifica o silêncio com a sua condição de desembargador. “Como magistrado, não posso fazer política partidária e não tenho feito. Apenas eu sou uma autoridade pública participativa, gosto de participar dos debates, de opinar a respeito das questões. Mas não faço política partidária”, ressaltou, em declaração recente.

Alecrim, por sua vez, é ainda mais discreto. Provocado a falar sobre eleições, diz que não tem pretensões políticas. Apesar disso, pessoas próximas ao empresário confirmam sua participação nos diálogos e revelam que ele terá atuação no processo político.

Agora RN

1 Comentário

Internauta político

jan 1, 2018, 10:32 pm Responder

Vejamos: uma chapa dessas, composta só por grandes empresários, vai governar para outros grandes empresários ou para o povo? Acorda RN!

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