Equipe de Bolsonaro já estabelece diálogo com MPF

A Equipe de Jair Bolsonaro já estabelece pontes com o Ministério Público Federal Onyx Lorenzoni, indicado para a Casa Civil em eventual governo de Bolsonaro, abriu diálogo com procuradores

Entre seus interlocutores está José Robalinho, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). Os dois conversaram depois que Bolsonaro declarou à TV Globo que não respeitará a lista tríplice que procuradores elegem para indicar o procurador-geral da República.

A categoria ficou de orelha em pé com as declarações. Muitos entenderam que Raquel Dodge, atualmente no comando da PGR (Procuradoria-Geral da República), está com os dias contados.

Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que liderou a Operação Lava Jato, se desprezar a lista tríplice, Bolsonaro “estará desrespeitando a vontade da instituição. E retornará a uma prática do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso] que se revelou ruim para o país. Um Ministério Público livre de amarras é essencial para a democracia”.

Lorenzoni foi defensor das dez medidas anticorrupção que procuradores apresentaram ao Congresso. Por isso, mantém canal aberto com alguns deles.

Integrantes experientes do MPF acreditam que haverá uma tentativa de se chegar a um meio-termo: Bolsonaro aceitaria escolher o novo procurador-geral entre os três mais votados da categoria —que, em troca, se articularia para evitar que todos os eleitos fossem “esquerdistas”. 

Os mesmos procuradores lembram que Lula e Dilma Rousseff sempre escolheram o primeiro da lista tríplice —mas que todos eles tinham o perfil progressista que se encaixava nas preferências dos governos petistas.

Depois que o MPF começou a tocar uma série de investigações contra o partido, houve uma saia justa. Mas os dois presidentes optaram sempre por reconduzir os que já comandavam a PGR para o cargo.

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