Ex-ministro Delfim Netto afirma que não existe problema na economia

São Paulo, 07 de novembro –  A menos de um ano para as eleições, o grande problema do Brasil não é a economia, mas, sim, a política, de acordo com o economista Antonio Delfim Netto. Em reunião do G100 Brasil, hoje, no auditório da sede do Banco Safra, na capital paulista, o ex-ministro da Fazenda disse que as medidas tomadas pelo atual governo para solucionar a crise estavam corretas e que o cenário de incertezas do país é resultado de erros cometidos no passado. 

O ex-ministro ainda afirmou para a plateia de empresários que para evitarmos outra década perdida, é necessário que os brasileiros escolham uma liderança razoável nas eleições de 2018. “Não existe problema na economia, o diagnóstico é tão perfeito que nós já sabemos tudo. A correção está na política, na condição de entregar o poder a alguém que seja capaz de realizar um programa razoável e reorganizar o país administrativamente”, comentou.

Ele acredita que o atual Presidente Michel Temer vinha realizando um bom programa até a primeira delação da JBS, “quando as coisas desandaram”. Ainda assim, para Delfim, o novo projeto econômico levou o país ao equilíbrio e avançou com as reformas.

Ainda na opinião do ex-ministro, não existe lei histórica, a sociedade é uma coleção de acidentes. “Nós vivemos a consequência de um fato terrível que foi a morte de Tancredo. Se ele não tivesse morrido, jamais teríamospromulgado a Constituinte de 88, que transformou os deveres do Estado em direitos do cidadão, reduzindo a importância dos papeis do Executivo e do Legislativo e aumentando excessivamente o papel de órgãos de controle, tais como o Ministério Público e o Tribunal de Contas. Não fosse isso, a economia brasileira teria sido levada para outra direção”, sublinhou.

A prova disso, acredita Delfim Netto, foi o avanço do Judiciário em questões Legislativas quando a ex-presidente Dilma Rousseff perdeu o protagonismo político. “Hoje, o Brasil é comandado por uma alta casta de funcionários públicos. Passamos a viver a judicialização da política e a politização do judiciário, uma disputa entre os poderes.”

Sobre o G100 Brasil – Composto de 100 Membros (empresários, presidentes e CEOs), mais 15 Membros (economistas-chefes e cientistas políticos) efetivos e nomeados, reúne destacadas lideranças empresariais do País em busca do desenvolvimento da sociedade e de suas organizações, em reuniões mensais fechadas e restritas aos seus Membros.

DA ASSESSORIA / BLOG JAIR SAMPAIO

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