Faccionistas desmentem versão de dependência da Guararapes

O presidente da Associação Seridoense de Confecções (Asconf), Zeca Araújo, defendeu que é uma falácia argumentar que a cadeia produtiva da região tem relação de dependência com a Guararapes e que a empresa obriga as facções a alguma medida produtiva. Ele criticou a iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), que sugere a absorção dos colaboradores das facções pela empresa controladora da Riachuelo.

“O Pró-Sertão surgiu em 2013. Desde 2007, eu tenho minha facção têxtil. Desde lá estou organizado com as questões trabalhistas. Pago tudo em dia. Existíamos antes da relação com a Guararapes. E não foi ela que veio aqui. Fomos nós que fomos bater à sua porta, e insistentemente”, revelou o presidente da Asconf.

Segundo o seu relato, em 2010, as facções estavam atravessando dificuldades para manter parcerias. Foi quando surgiu a ideia de procurar a Guararapes.

“Fomos insistentemente à empresa. Depois de tanto esforço, foi criado o grupo para o estudo de viabilidade econômica, do qual participaram o Governo do Estado, a Fiern, o Senai, o Sebrae e a Asconf. Chegamos a um denominador comum, pelo qual a Guararapes pagaria pelo tempo de produção da peça. Isso foi apresentado à empresa e ela topou. Não foi o contrário. O preço não veio de lá para cá”, esclareceu Araújo.

O MPT alega que as facções não têm possibilidade de novas parcerias porque são obrigadas a produzir em máquinas específicas para as roupas da Riachuelo. Araújo rebate com números.

“Mais de 60% do que produzo é para outros parceiros, e não a Riachuelo”, cravou.

C&A

O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Zeca Vieira, revelou que teme que as tratativas abertas com a C&A fracassem pelo ambiente de insegurança causado pela ação do MPT.

Nesta terça, Araújo revelou sua facção está em negociação aberta com a Generale, fábrica que fornece para a C&A.

“Na semana passada, uma gerente de produção veio de São Paulo nos visitar e perguntou sobre essa questão da disputa da Guararapes. Esperamos não ter prejuízo com novas parceiros”, revelou o faccionista.

Por Dinarte Assunção

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