Filha do piloto de Marília Mendonça vai processar Cemig por acidente

Foto: Reprodução/Arquivo

Vitória Medeiros, filha de Geraldo Martins de Medeiros Júnior (foto em destaque), 56 anos, piloto que conduzia o avião com a cantora Marília Mendonça, pretende processar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), responsável pela torre de distribuição que teve cabo atingido pela aeronave, no município de Caratinga.

Sérgio Alonso, advogado da filha de Geraldo Martins, é especializado em direito aeronáutico e já atuou em outras causas de acidentes aéreos. Para a defesa da família, a tragédia pode ter sido causada pela falta de sinalização das torres de energia. “Se essa rede não estivesse lá, ou se ela estivesse sinalizada, o acidente não teria acontecido. O causador do acidente foi a rede não sinalizada”, considera o advogado.

Um dia após a queda do avião, a Cemig divulgou nota sobre a linha de distribuição atingida pela aeronave. Segundo a empresa, a torre está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga.

O advogado afirma que as esferas laranjas de alerta não estavam posicionadas para indicar a existência dos cabos de energia e que, sem esse equipamento, “o piloto não enxerga a rede”. Ele argumenta que, mesmo fora da zona, a torre deveria estar sinalizada, uma vez que está próxima da reta final de pouso de aeronaves. “A zona de proteção vai até 4 km no raio do aeroporto e esse fio [de energia atingido pelo avião] estava a 5 km.”

“A Cemig diz que a torre estava fora da zona de proteção. Mas, independentemente disso, como é uma linha que está na reta final do aeródromo e que interfere no tráfego, teria que sinalizar, independentemente da zona de proteção. Quem mexe com eletricidade e cria risco tem que tomar cuidado com os outros”, disse Sérgio ao Metrópoles.

Ilustração mostra com detalhes o posicionamento da Linha de Distribuição. Veja:

Ilustração

O outro lado

O Metrópoles procurou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para um posicionamento. Por meio de nota, a empresa diz que a linha de distribuição atingida pela aeronave de Marília Mendonça “está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga” e que “as investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente”.

Leia a nota na íntegra:

“A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ no trágico acidente está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro (como mostra imagem já divulgada pela Cemig).

Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.

A sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido.

A Cemig informa ainda que os obstáculos que constam no NOTAM não se referem à torre de distribuição que teve o cabo atingido. Um desses obstáculos é de outra torre que pertence à Cemig e que consta com esferas de sinalização na cor laranja, por estar dentro da zona de proteção do Aeródromo, conforme Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor.

As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas.”

POR METROPOLES

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