Flávio Rocha: “Estamos tirando poderosos da moita para influir no cenário político”

Lançado há pouco mais de um mês, o movimento Brasil 200 já conta com mais de 160 mil signatários e está presente em 18 estados. Idealizador do movimento, Flávio Rocha se orgulha do “fenômeno”. O empresário tem viajado o país para levar as ideias do movimento, e por onde passa ganha adeptos. A situação deve se repetir nesta quarta-feira, 21, no Rio Grande do Norte, onde Flávio lança o projeto.

De acordo com Rocha, que é CEO do Grupo Guararapes (que inclui a rede de lojas Riachuelo, a Confecção Guararapes, a Midway Financeira, a Transportadora Casa Verde e o shopping Midway Mall), a adesão em massa ao Brasil 200 em tão pouco tempo demonstra que uma fatia significativa do empresariado se deu conta de que precisa ser protagonista no processo político, uma vez que os políticos tradicionais não têm atendido aos anseios da população.

Nesta entrevista, Flávio Rocha comenta o que pensa sobre o cenário político atual e diz qual é a essência do Brasil 200, além de responder se será candidato nas próximas eleições. Confira na íntegra:

AGORA JORNAL – Qual é a principal mensagem que o movimento Brasil 200 quer transmitir?

FLÁVIO ROCHA – Que nos cabe um papel fundamental nessa próxima eleição. O povo está melhor, o povo acordou, está mais politizado. Teve um grande aprendizado. Mas a classe política tem errado, tem titubeado em apresentar o projeto que o povo está clamando, que é ser liberal na economia, mas conservador nos costumes. Ou seja, um contraponto a tudo que aconteceu nesse tempo, que foi estatização, Estado intervencionista e degradação dos valores. Até agora não apareceu esse projeto pelo qual o povo está clamando.

AJ – Trata-se de um movimento empresarial?

FR – Não, é muito mais amplo do que isso. A falta de conexão entre o que o povo está pedindo e um projeto político concreto levou a nos mobilizarmos para motivar uma imensa maioria (98% da população) que paga a conta da farra estatal e que puxa a carruagem a sair da moita e se posicionar.

AJ – Qual a sua avaliação do atual momento político do país?

FR – Estávamos no caminho do bom senso, o Brasil estava criando juízo. Seis meses atrás, nós imaginávamos que o caminho natural era sairmos do círculo intervencionista, estatizante e esquerdizante. Imaginávamos que estaríamos esperando apenas outubro para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, como aconteceu com a Argentina de Macri e com a volta no Chile de Piñera. É uma onda liberalizante depois de 100 anos de experiência terrível do socialismo, que só gerou miséria e ditadura. Imaginávamos que o caminho natural seria este e que teríamos aplicado no Brasil, finalmente, a única forma de prosperidade, que é democracia e livre mercado. À medida que o tempo está passando, no entanto, o quadro fica mais nebuloso e é muito preocupante o cenário atual porque, se as eleições fossem hoje, provavelmente o Brasil voltaria às mãos da quadrilha que o saqueou.

AJ – O Brasil 200 vai se traduzir em candidaturas de empresários nas próximas eleições?

FR – A grande força do movimento – e é o que nos dá a condição de palpitar nas agendas de todos os candidatos – é justamente o fato de ele não estar comprometido com nenhuma candidatura. O Brasil 200 foi uma descoberta em termos de formato. É um fenômeno: em três semanas, estamos com 160 mil associados organizados em 18 estados. A gente tem um diagnóstico correto (existe uma lacuna no cenário político e a falta de um candidato liberal e reformista) e não temos compromisso com uma candidatura política.

AJ – Se não surgir um nome que represente esse ideal do Brasil 200, é possível que nasçam candidaturas de dentro do próprio movimento?

FR – Se existisse esse comprometimento eleitoral, com certeza não estaríamos indo tão longe, não estávamos ganhando a musculatura que estamos.

AJ – O senhor admite a possibilidade de ser candidato a presidente ou a qualquer outro cargo, como governador do Rio Grande do Norte ou senador?

FR – A grande contribuição que a gente pode dar é fortalecer cada vez mais o movimento e influir através dele. Nós podemos ter uma posição muito mais determinante. Estamos conseguindo realmente algo incrível, que é tirar da moita nosso segmento: poderosos e gente influente para influir indiretamente no cenário político.

AJ – Empresários potiguares têm estudado o lançamento de uma chapa para disputar as próximas eleições no Estado. O senhor participa das discussões?

FR – Não. A nossa participação em todo o Brasil tem sido apenas no plano das ideias, na construção de uma agenda. Há temas tabus que a classe política tem sido reticente e titubeante ao tratar deles. O Brasil 200 trata de ideias, de uma pauta que tem sido muito bem aceita.

AJ – Como o senhor avalia este movimento local? O senhor apoia?

FR – Essa mobilização por parte do empresariado é uma constatação de que nós fomos omissos no passado. Essa autocrítica é a grande confirmação do sucesso do movimento. O empresário é o guardião da competitividade. Se o Brasil chegou à 153ª posição como país mais hostil ao empreendedorismo e à atividade econômica, sem sombra de dúvidas foi porque esses guardiões da competitividade estavam na sua zona de conforto.

AJ – A que o senhor atribui esse interesse do setor produtivo em se lançar à disputa eleitoral?

FR – Empresários de renome estão perdendo o preconceito. Eles tinham um preconceito contra a atividade política. Por isso, nós chegamos ao fundo do poço e a essa situação tão difícil. Empresário é aquele que influi com “a vida como ela é”, com as relações de causa e efeito do livre mercado. Quando um empresário se omite da política, fica uma burocracia tóxica. A aristocracia burocrática tem muito dinheiro, mas é analfabeta em capitalismo e empreendedorismo. Eu digo sem medo de errar que o Rio Grande do Norte, dentre os países mais hostis ao investimento, é o estado mais hostil.

Lançado há pouco mais de um mês, o movimento Brasil 200 já conta com mais de 160 mil signatários e está presente em 18 estados. Idealizador do movimento, Flávio Rocha se orgulha do “fenômeno”. O empresário tem viajado o país para levar as ideias do movimento, e por onde passa ganha adeptos. A situação deve se repetir nesta quarta-feira, 21, no Rio Grande do Norte, onde Flávio lança o projeto.

De acordo com Rocha, que é CEO do Grupo Guararapes (que inclui a rede de lojas Riachuelo, a Confecção Guararapes, a Midway Financeira, a Transportadora Casa Verde e o shopping Midway Mall), a adesão em massa ao Brasil 200 em tão pouco tempo demonstra que uma fatia significativa do empresariado se deu conta de que precisa ser protagonista no processo político, uma vez que os políticos tradicionais não têm atendido aos anseios da população.

Nesta entrevista, Flávio Rocha comenta o que pensa sobre o cenário político atual e diz qual é a essência do Brasil 200, além de responder se será candidato nas próximas eleições. Confira na íntegra:

AGORA JORNAL – Qual é a principal mensagem que o movimento Brasil 200 quer transmitir?

FLÁVIO ROCHA – Que nos cabe um papel fundamental nessa próxima eleição. O povo está melhor, o povo acordou, está mais politizado. Teve um grande aprendizado. Mas a classe política tem errado, tem titubeado em apresentar o projeto que o povo está clamando, que é ser liberal na economia, mas conservador nos costumes. Ou seja, um contraponto a tudo que aconteceu nesse tempo, que foi estatização, Estado intervencionista e degradação dos valores. Até agora não apareceu esse projeto pelo qual o povo está clamando.

AJ – Trata-se de um movimento empresarial?

FR – Não, é muito mais amplo do que isso. A falta de conexão entre o que o povo está pedindo e um projeto político concreto levou a nos mobilizarmos para motivar uma imensa maioria (98% da população) que paga a conta da farra estatal e que puxa a carruagem a sair da moita e se posicionar.

AJ – Qual a sua avaliação do atual momento político do país?

FR – Estávamos no caminho do bom senso, o Brasil estava criando juízo. Seis meses atrás, nós imaginávamos que o caminho natural era sairmos do círculo intervencionista, estatizante e esquerdizante. Imaginávamos que estaríamos esperando apenas outubro para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, como aconteceu com a Argentina de Macri e com a volta no Chile de Piñera. É uma onda liberalizante depois de 100 anos de experiência terrível do socialismo, que só gerou miséria e ditadura. Imaginávamos que o caminho natural seria este e que teríamos aplicado no Brasil, finalmente, a única forma de prosperidade, que é democracia e livre mercado. À medida que o tempo está passando, no entanto, o quadro fica mais nebuloso e é muito preocupante o cenário atual porque, se as eleições fossem hoje, provavelmente o Brasil voltaria às mãos da quadrilha que o saqueou.

AJ – O Brasil 200 vai se traduzir em candidaturas de empresários nas próximas eleições?

FR – A grande força do movimento – e é o que nos dá a condição de palpitar nas agendas de todos os candidatos – é justamente o fato de ele não estar comprometido com nenhuma candidatura. O Brasil 200 foi uma descoberta em termos de formato. É um fenômeno: em três semanas, estamos com 160 mil associados organizados em 18 estados. A gente tem um diagnóstico correto (existe uma lacuna no cenário político e a falta de um candidato liberal e reformista) e não temos compromisso com uma candidatura política.

AJ – Se não surgir um nome que represente esse ideal do Brasil 200, é possível que nasçam candidaturas de dentro do próprio movimento?

FR – Se existisse esse comprometimento eleitoral, com certeza não estaríamos indo tão longe, não estávamos ganhando a musculatura que estamos.

AJ – O senhor admite a possibilidade de ser candidato a presidente ou a qualquer outro cargo, como governador do Rio Grande do Norte ou senador?

FR – A grande contribuição que a gente pode dar é fortalecer cada vez mais o movimento e influir através dele. Nós podemos ter uma posição muito mais determinante. Estamos conseguindo realmente algo incrível, que é tirar da moita nosso segmento: poderosos e gente influente para influir indiretamente no cenário político.

AJ – Empresários potiguares têm estudado o lançamento de uma chapa para disputar as próximas eleições no Estado. O senhor participa das discussões?

FR – Não. A nossa participação em todo o Brasil tem sido apenas no plano das ideias, na construção de uma agenda. Há temas tabus que a classe política tem sido reticente e titubeante ao tratar deles. O Brasil 200 trata de ideias, de uma pauta que tem sido muito bem aceita.

AJ – Como o senhor avalia este movimento local? O senhor apoia?

FR – Essa mobilização por parte do empresariado é uma constatação de que nós fomos omissos no passado. Essa autocrítica é a grande confirmação do sucesso do movimento. O empresário é o guardião da competitividade. Se o Brasil chegou à 153ª posição como país mais hostil ao empreendedorismo e à atividade econômica, sem sombra de dúvidas foi porque esses guardiões da competitividade estavam na sua zona de conforto.

AJ – A que o senhor atribui esse interesse do setor produtivo em se lançar à disputa eleitoral?

FR – Empresários de renome estão perdendo o preconceito. Eles tinham um preconceito contra a atividade política. Por isso, nós chegamos ao fundo do poço e a essa situação tão difícil. Empresário é aquele que influi com “a vida como ela é”, com as relações de causa e efeito do livre mercado. Quando um empresário se omite da política, fica uma burocracia tóxica. A aristocracia burocrática tem muito dinheiro, mas é analfabeta em capitalismo e empreendedorismo. Eu digo sem medo de errar que o Rio Grande do Norte, dentre os países mais hostis ao investimento, é o estado mais hostil.

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