Greve da PM: Sem policiamento no ES, prejuízo no comércio passa de R$ 4,5 milhões

O clima de caos pelas ruas do Espírito Santo e o sentimento de impotência da população também eram claramente percebidos pela devastação que criminosos fizeram nos comércios do estado. Centenas de lojas foram arrombadas, depredadas e saqueadas, algumas à luz do dia, deixando empresários e trabalhadores assustados com a violência.

Segundo o presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri, o prejuízo estimado pela entidade ultrapassa R$ 4,5 milhões na Grande Vitória. Desse valor, cerca de R$ 500 mil são referentes aos estragos nas instalações e aos saques de mercadorias, e os outros R$ 4 milhões dizem respeito à perda de faturamento bruto das empresas.

“O que está acontecendo é um desastre. Mais de 120 lojas tiveram prejuízos. Estamos nos deparando com essa situação de quebra-quebra e roubos que, infelizmente, caíram no colo dos comerciantes”, disse.




Cláudio Sipolatti, presidente do Sindilojistas e da CDL Vitória, afirma que muitos comerciantes já falam em abandonar o ramo.

“O que está acontecendo é uma tristeza. Enquanto essa insegurança continuar não há a menor condição de abrir as portas. Aliás, tem empresário que vai fechar de vez o negócio”, lamenta ele que também é um dos proprietários da rede de lojas Sipolatti, que das 38 unidades teve pelo menos seis assaltadas.

Em Cariacica, o presidente do Sindicato dos Lojistas no município, José Antônio Pupim, estima que 60 lojas tenham sido alvos dos bandidos. “Além dos danos materiais, o nosso grande prejuízo é não ter o direito de ir e vir. Estamos acuados”.

Samuel Vale, diretor-executivo da CDL Serra, também se mostrou apavorado com a situação. “O caos está acontecendo e os prejuízos para os lojistas são incalculáveis. A situação é muito grave”.

Os reflexos também já são sentidos na indústria. O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, frisa que os prejuízos são imensuráveis. “Uma indústria parada um dia significa deixar de produção 5% do que ela produziria no mês todo”, afirmou.

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Invasão e saques
Por medo, comércio fechou as portas, mas nem assim escapou. À luz do dia, era possível ver pessoas invadindo estabelecimentos que estavam fechados e saindo com mercadorias.

Em Goiabeiras, por volta das 16h, a loja Ricardo Eletro, na Avenida Fernando Ferrari, foi arrombada duas vezes em menos de uma hora. Nem mesmo a presença de vários populares intimidava a ação dos criminosos.

Um militar mineiro, de 25 anos, seguia para o Aeroporto, e contou que viu 8 homens participando do primeiro arrombamento. “A Polícia Civil chegou e prendeu uns seis, mas deixou a porta aberta, nisso eles voltaram a saquear, vieram até com carro para levar as mercadorias”, contou.

Segundo o militar, a Polícia Civil voltou novamente, e atirou em duas pessoas que saqueavam a loja. “Um foi atingido na perna e o outro no quadril, de raspão. As cenas que estamos presenciando desde a última sexta-feira, são um desrepeito”.

g1

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