Grupo que lavava dinheiro do miliciano Adriano da Nóbrega é alvo de ação do MPRJ

Foto:  Divulgação/Polícia do Rio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realiza na manhã desta segunda-feira (22) a “Operação Gárgula”, que mira uma organização criminosa suspeita de ser a responsável pela movimentação financeira e lavagem do dinheiro obtido ilegalmente pelo miliciano Adriano da Nóbrega, apontado como um dos criminosos mais influentes do “Escritório do Crime” — grupo de matadores de aluguel que atua no Rio de Janeiro — e morto em confronto com policiais militares na Bahia em fevereiro de 2020.

A ação foi realizada no Rio de Janeiro, em Niterói e Guapimirim, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). A operação visa cumprir três mandados de prisão e 27 pedidos de busca e apreensão contra pessoas envolvidas em transações financeiras com o miliciano.

Dentre os denunciados junto à I Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro por associação criminosa, agiotagem e lavagem do dinheiro de Adriano da Nóbrega, estão um sargento e um soldado da Polícia Militar. A ação desta segunda-feira é um desdobramento da Operação Intocáveis I, que investiga os integrantes da milícia de Rio da Pedras, bairro da zona oeste do Rio, que era controlado por Adriano.

De acordo com o documento em que consta a denúncia apresentada pelo GAECO à Justiça e que motivou a operação, “os denunciados praticaram crimes de agiotagem e lavagem de dinheiro em favor do miliciano. As manobras visavam à ocultação e dissimulação da origem do dinheiro ilegal obtido através dos crimes perpetrados por a Adriano”. Os alvos da operação teriam feito empréstimos a juros de até 22% a moradores do bairro dominado pela milícia.

Fontes da investigação apontam que os recursos utilizados no crime de agiotagem eram lavados por empresas cujos denunciados na Operação Gárgula utilizavam para fazer as movimentações financeiras de Adriano da Nóbrega.

O funcionamento do esquema

Informações divulgadas pelo MPRJ revelam que o esquema operava com o apoio da empresa de fachada Cred Tech Negócios Financeiros Ltda, que confiscava os bens dos devedores do empreendimento e transferia os recursos para os sócios, que estavam em contato direito com Adriano. De acordo com as investigações, a empresa teria movimentado mais de R$ 3 milhões e 600 mil entre agosto de 2019 e abril de 2020.

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