Henrique Alves antecipou demissão após ser identificada conta na Suíça

HENRIQUE ALVES NOVO DD 1200

O pedido de demissão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) do comando do Ministério do Turismo foi motivado pela chegada ao Palácio do Planalto da informação de que autoridades policiais identificaram contas secretas do peemedebista no exterior. O caso está sendo considerado por investigadores semelhante ao do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

As supostas contas do ex-ministro fora do país foram rastreadas pelo grupo de trabalho da Lava Jato que atua na Procuradoria Geral da República (PGR) e por investigadores suíços. O grupo de trabalho é formado por procuradores da República e promotores do Ministério Público do Distrito Federal que auxiliam o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos casos envolvendo políticos com foro privilegiado suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.Por meio de nota, Henrique Alves disse refutar “qualquer ilação a respeito de contas no exterior” em seu nome e afirmou que nunca foi citado a prestar esclarecimentos. Eles também declarou estar “à disposição da Justiça”.

Terceira baixa do governo Michel Temer em pouco mais de um mês, Henrique Alves pediu demissão nesta quinta-feira (16). Alvo de dois pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro do Turismo foi citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O novo delator da Lava Jato relatou ter repassado a Henrique Alves R$ 1,55 milhão em propina entre 2008 e 2014.

Aliado próximo de Henrique Alves, o presidente afastado da Câmara também teve contas bancárias na Suíça rastreadas pelos investigadores da Lava Jato. Segundo a PGR, Eduardo Cunha recebeu pelo menos US$ 1,31 milhão em uma conta no país europeu. O dinheiro, segundo autoridades suíças, foi recebido como propina pela viabilização da aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.

Na época em que foi revelada a existência das contas no exterior, Cunha negou ser dono das contas e argumenta que elas são administradas por trustes. Ele admite, porém, ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior.

Cunha foi denunciado ao Supremo por Janot em razão das contas no exterior e é alvo de um processo de cassação na Câmara por ter mentido à CPI da Petrobras sobre a existêcia delas. Cunha nega ter recebido “qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão público ou instituição do gênero”. Por Cristiana Lôbo / G1

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