Homem descobre ter tipo sanguíneo ‘U Negativo’ e entra para grupo raro de doadores

Antes de constatar a raridade do seu tipo sanguíneo, o motorista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) Gildásio Costa, 41 anos, costumava fazer doações recorrentes na instituição, a fim de salvar outras vidas. No entanto, há quatro anos, o homem descobriu que possuía o sangue ‘U Negativo’, se tornando, assim, parte de um grupo seleto de pessoas que doam por convocação do hemocentro.

Gildásio conta ainda que, a partir do momento que descobriu a raridade do seu tipo sanguíneo, a frequência de doações que realizava teve de ser modificada, já que as bolsas têm uma validade. “O que mudou é que agora eu faço uma doação específica pra pessoa que tá precisando daquele tipo de sangue compatível com o meu”.

“Se eu fizer uma doação hoje e daqui a um ou dois meses uma pessoa específica precisar do meu sangue, eu não iria poder doar, porque ainda não estaria no prazo. Me orientaram a doar só quando for convocado, é melhor garantir para ajudar aquela pessoa certa do que não poder ajudar no momento em que a pessoa mais precisa”, continua.

O Hemoce identifica e faz o cadastro de doadores com sangue raro desde 2013, como iniciativa do Ministério da Saúde para um sistema nacional com as informações do grupo. Denise Brunetta, médica hematologista e diretora de Hemoterapia do Hemoce, explica que uma pessoa a cada mil avaliadas podem ter uma tipagem rara de sangue. “Quem é doador de sangue raro pode ajudar qualquer pessoa, tanto que muitos têm sangue raro e não sabem. Mas o paciente com sangue raro pode produzir um anticorpo, uma defesa, contra aquela hemácia estranha”, detalha.

Os voluntários, independente do tipo sanguíneo, contribuem para a recuperação de pacientes em todo o Ceará e em outros estados, como no caso do Gildásio. “O Ceará tem uma população muito fidelizada na doação de sangue, que sabe a importância da doação expotânea, para pessoas desconhecidas. Esses doadores são mais 95% das doações do Estado e metade doam, pelo menos, duas veze por ano”, descreve Denise Brunetta.

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