IFRN desenvolve pesquisa para diminuir poluição do ar através do cultivo de microalgas

Por Marcos Neruber – Cultivar microalgas como matéria-prima para obter biocombustíveis: é uma iniciativa inédita no nordeste brasileiro que desenvolve a produção vegetal em larga escala.

Intitulado “Cultivo de microalgas para produção de biodiesel”, o projeto é coordenado pelo professor e diretor do Centro de Biociências (CB), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Graco Aurélio Câmara de Melo Viana, em parceria com a Petrobras.

As microalgas representam uma alternativa na geração de energia limpa para o Brasil. “A alta produtividade é uma das principais características das microalgas, que além disso, utilizam em seu cultivo áreas marginalizadas para produção de biocombustíveis”, afirma o coordenador do projeto, Graco Aurélio. O professor ressalta ainda, que a iniciativa insere o estado no contexto nacional na área de Aquicultura e biocombustíveis.
Em relação à produção de óleos em laboratórios, as microalgas oferecem um rendimento pelo menos 15 vezes maior do que a soja, oleaginosa mais utilizada na atualidade para produção do biodiesel. Com isso, a extração do biodiesel a partir das microalgas se apresenta como uma alternativa vantajosa.

Outra vantagem na produção de microalgas é que a área ocupada no cultivo é 100 vezes inferior à das culturas tradicionais. Em média, são utilizados 2.500 hectares para abastecer uma refinaria de 250 mil toneladas, enquanto são necessários 500 mil hectares de soja e 250 mil de girassol para produzir a mesma quantidade de óleo.

A Planta Piloto do projeto ocupa uma área com mais de 5 mil metros quadrados, constituída de laboratórios, tanques de armazenamento de água e tanques de cultivo, denominados de raceways, na estrutura do Centro Tecnológico de Aquicultura (CTA) – Fazenda Samisa, no município de Extremoz, Rio Grande do Norte.

As microalgas geram 150 quilos de biomassa por mês. Em 2014, a produção atingiu mais de uma tonelada, que será transformada em biodiesel numa fase posterior, que será inciada ainda em 2015.

Biocombustíveis

Diante dos esforços globais por uma sociedade sustentável, cientistas buscam combustíveis menos degradantes para a atmosfera. Nos grandes centros urbanos, principalmente, o carvão mineral e os derivados do petróleo (gasolina e diesel) são fontes importantes de poluição.

Em Curitiba, testes feitos em ônibus do transporte coletivo movidos totalmente a biodiesel mostram que houve redução de 30% no índice médio de monóxido de carbono e queda de 25% de fumaça expelida no ar.

Indagado sobre a possibilidade de, no futuro, a utilização dos biocombustíveis ser maior do que o consumo dos combustíveis fósseis, Graco Aurélio responde que “com as crescentes questões de conflitos entre nações e outras problemáticas que envolvem o petróleo e o meio ambiente, os biocombustíveis se apresentam como uma das alternativas mais viáveis para o desenvolvimento de uma sociedade moderna, que busca, permanentemente, por um modo de vida sustentável”.

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