Intervenção federal no Rio desperta fantasmas sobre o papel do Exército

A inédita intervenção federal no Rio de Janeiro, com a transferência do controle da segurança do Estado para um general, ainda engatinha, mas, em termos de agenda, já tomou de assalto o país e despertou os fantasmas sobre os limites e riscos da atuação do Exército na vida política brasileira,  ecoando traumas nada adormecidos da última ditadura.

Enquanto especialistas em segurança pública e ativistas de direitos humanos debatiam os eventuais problemas para atuação das Forças Armadas nas ruas fluminenses, foi o próprio comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, que deu combustível de vez às polêmicas comparações.

Durante a reunião dos conselhos nacionais da República e da Defesa na segunda-feira, Villas Bôas afirmou que estava preocupado com a instituição de uma nova “Comissão da Verdade” após o fim da intervenção no Rio.

Afinal, Villas Bôas fazia referência nada menos do que à Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída apenas no Governo Dilma Rousseff (2010-2016), que investigou graves violações de direitos humanos especialmente no último regime militar. Em seu relatório de conclusão, de 2014, 377 pessoas foram apontadas pela CNV como responsáveis pelos delitos, impedidos até agora de serem julgados por conta da vigência da Lei da Anistia.

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