Jornalistas são presos por cobertura dos protestos em Cuba

Ao menos três jornalistas foram presos em Cuba durante a cobertura dos protestos contra o governo do país. As informações são do Jornal Nacional. 
No domingo (11), o país já havia registrado agressões a profissionais de imprensa nos atos, considerados os maiores nas últimas três décadas.

O fotógrafo Ramón Espinosa, da Associated Press, foi atacado pelas forças de segurança em Havana e precisou passar por uma cirurgia de reconstrução nasal. Héctor Luis Valdés, do portal “ADN Cuba”, também foi agredido.

A Sociedade Interamericana de Imprensa reagiu aos ataques. Em comunicado, a organização denunciou o uso da força “com a clara intenção de restringir as liberdades de associação imprensa e expressão”.

A SIP afirma que “vários jornalistas foram atacados e presos arbitrariamente”. Ontem, a ONG Human Rights Watch estimou que 20 prisões teriam sido feitas, mas ativistas falam em mais de 65 detenções só em Havana – desta forma, não é possível precisar quantos jornalistas foram presos ou “censurados” – segundo a organização, “celulares e equipamentos de trabalho foram confiscados”.

O serviço de internet, que é coordenado pela empresa estatal Empresa de Telecomunicações de Cuba SA (ETECSA) foi subitamente interrompido em todo o país. As manifestações estavam sendo transmitidas pelo Facebook, segundo a SIP, a ideia era silenciar os jornalistas independentes.

“Condenamos as agressões do regime contra as pessoas que se manifestavam e também contra os jornalistas que cobriam os eventos”, diz a nota, que condenou o presidente cubano Miguel Días-Canel pelo “uso da força, com clara intenção de restringir as liberdades de associação, imprensa e expressão”.

As manifestações “são um reflexo do cansaço dos cubanos com um governo que continua acreditar que é o dono da vida e do destino dos cidadãos”, prossegue o texto.

Os protestos em cuba explodiram no fim de semana, quando milhares foram às ruas contra o governo de Díaz-Canel. As principais bandeiras da população são a escassez de alimentos, falta de energia elétrica, medicamentos e vacinas – apesar de ter desenvolvido seu próprio imunizante, o país vive um momento crítico da pandemia.
O presidente convocou seus apoiadores para enfrentar os manifestantes e defender a Revolução de 1959, o que deu início a confrontos nas ruas entre cidadãos. Os protestos aconteceram em ao menos 25 cidades.

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