Juca Bala, doleiro de esquema de Cabral, é preso no Uruguai

Autoridades uruguaias e a Polícia Federal brasileira prenderam, nesta sexta-feira, os brasileiros Vinícius Claret, também conhecido como Juca Bala, e seu sócio Cláudio Fernando Barbosa, ambos estão envolvidos em operações de lavagem de dinheiro do esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

Os mandados de prisão são assinados pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, atendendo a pedido da força-tarefa da Operação Calicute. Os dois nomes estavam na difusão vermelha da Interpol. Eles foram levados para a sede da Interpol no Uruguai.

Vinícius Claret foi preso em Maldonado, cidade ao lado de Montevidéu. Já Barbosa foi detido quando voltava de viagem ao Chile. Ele tinha deixado o Uruguai na sexta-feira antes do carnaval. Segundo a investigação, Barbosa atendia pelos codinomes Tony ou Peter.

Vinícius Claret Vieira Barreto, o Juca Bala, foi citado por dois delatores premiados da Operação Calicute, os irmãos Renato e Marcelo Chebar. Doleiros, eles revelaram que, quando o esquema de propina de Cabral ficou grande demais, em 2007, tiveram de chamar Juca Bala para assumir as operações de lavagem. Até então, Renato e Marcelo usavam operações dólar-cabo (entrega de valores em reais no Brasil para que fossem creditados recursos em dólar no exterior) usando a própria clientela.

Os irmãos Chebar revelaram a existência de um total de US$ 100 milhões escondidos por Sérgio Cabral no exterior. Obrigados, pelo gigantismo do esquema, a procurar outro doleiro que tivesse maior capacidade operacional para a lavagem, eles transferiram as operações para Juca Bala. Os delatores garantiram que não tinham nem sequer o telefone de Juca, pois falavam com ele através do programa de mensagens Messenger, usando um sistema de criptografia. Renato disse que se encontrou com Juca em pelo menos três ocasiões, mas sempre no hotel onde se hospedava em Montevidéu.

Juca, segundo ele, tinha uma estrutura no Rio para o recebimento em espécie dos valores da propina de Cabral. O esquema de lavagem, segundo os delatores, ocorrida da seguinte forma: de posse dos reais enviados por Cabral através de Carlos Miranda, Renato e Marcelo entravam em contato com Juca pelo Messenger, usando o programa PIDGIN, para fechar a taxa de câmbio. O megadoleiro, segundo eles, também usava os codinomes Ana Holtz e Peter.

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