Lula vai ter oposição fortalecida no Congresso

Eleito para o terceiro mantado presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma posse em janeiro, mas em fevereiro, quando será empossado o novo Congresso Nacional, começa a governar o país com minoria parlamentar na Câmara Federal e no Senado Federal, conforme o resultado que saiu das urnas no primeiro turno das eleições de outubro.

Partidos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, que perdeu a reeleição por uma margem de 1,8% dos votos, fizeram a maioria nas duas casas, contando inclusive com grande parte da bancada do Rio Grande do Norte, onde seis dos oito deputados federais se elegeram pelo Partido Liberal (4) e União Brasil (2), que se alinhou ao presidente no segundo turno (30/10), enquanto o PT elegeu dois deputados, a reeleita Natália Bonavides e o novato Fernando Mineiro.

Já no Senado Federal, o PL contará com o senador eleito Rogério Marinho, que se junta ao senador Styvenson Valentim (Podemos), que apoiou Bolsonaro no segundo turno e à senadora Zenaide Maia (PROS), aliada da governadora do Estado, Fátima Bezerra (PT).

O PL de Bolsonaro fez 99 cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado da República o PL registrou oito vitórias, sendo seis de políticos estreantes e duas de reeleitos: Romário (RJ) e Wellington Fagundes (MT).

Com a eleição de Jorginho Melo para o governo de Santa Catarina, o PL perde uma cadeira no Senado, em seu lugar entrará a suplente do MDB, Ivete da Silveira, mas que não altera a correlação de forças partidárias na Casa.

A legenda, que já é atualmente o maior partido na Câmara com 76 das 513 cadeiras da Casa, elegeu 99 deputados federais — 23 assentos a mais do que tem hoje — para a nova legislatura, que começa a partir de 1º de fevereiro de 2023.

Além do PL, outros partidos da coligação de Bolsonaro, PP e Republicanos, aliados a outras siglas, farão oposição ao governo Lula, como os senadores eleitos Alan Rick (União Brasil-AC), Cleitinho (PSC-MG) e Sergio Moro (União Brasil-PR).

Da base aliada do presidente eleito Lula, a federação formada pelo PT, PCdoB e PV conquistou 80 cadeiras na Câmara. Os petistas foram os eleitos mais votados em dois estados: Espírito Santo, com Helder Salomão, e Rio Grande do Norte, com Natália Bonavides. O Psol, que teve o candidato a deputado mais votado de São Paulo, Guilherme Boulos, com mais de 1 milhão de votos, também deve reforçar a base petista na Câmara.

No Senado, o PT Beto Faro (PA), Camilo Santana (CE), Tereza Leitão (PE) e Wellington Dias (PI), que volta à Casa. Os outros são estreantes e se juntarão a Jaques Wagner (BA), Humberto Costa (PT) e Paulo Paim (RS).

A bancada governista no Senado ainda contará com os senadores eleitos Renan Filho (MDB) e Flávio Dino (PSB), por Alagoas e Maranhão, respectivamente, e alguns independentes do PSD, como os reeleitos Omar Aziz, do Amazonas, e Otto Alencar, da Bahia, além de outros parlamentares que estão em meio de mandato: Randolfe Rodrigues (Rede), Eliziane Gama (Cidadania), Jader Barbalho (MDB) e Renan Calheiros (MDB).

A conclusão do segundo turno das eleições de 2022 no domingo (30) deu números finais às bancadas do Senado para o ano que vem. O PL, já confirmado como o maior partido a partir da próxima legislatura, terá 14 senadores. Ele será seguido pelo PSD, com 11; por MDB e União Brasil, com 10 cada um; e pelo PT, com 9. Juntas, essas cinco bancadas vão perfazer dois terços do Senado.

Já a Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT, PV e PCdoB, e atuará na Câmara como um só partido, elegeu 80 deputados (12 a mais do que os 68 que as legendas têm atualmente juntas) — e será dona da segunda maior bancada na Casa.

Levando em consideração apenas o PT, partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro colocado no primeiro turno nas eleições presidenciais, a legenda elegeu 68 parlamentares, 12 a mais do que na eleição anterior.

Na sequência, aparecem os seguintes partidos por ordem de tamanho de bancada: União Brasil (58), PP (47), MDB (42), PSD (42), Republicanos (41), Federação PSDB/Cidadania (18) e PDT (17).

O PSB, partido do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, elegeu 14 deputados, assim como a Federação PSOL/Rede — esses partidos são seguidos pelo Pode (12), Avante (7), PSC (4), Solidariedade (4), Patri (4), Novo (3), PROS (3) e, por último, PTB (1).

Números

99 deputados federais foram eleitos pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

14 senadores vão formar a bancada do PL na próxima legislatura.

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