Manifestações contra Bolsonaro e a favor de vacinas ocorrem em ao menos 20 Estados

Milhares de manifestantes voltaram às ruas neste sábado em várias cidades para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sobretudo na gestão da pandemia. Por volta de 13h30m, havia protestos em andamento em pelo menos 52 municípios, em 20 Estados, sendo 13 capitais.

Entre as reivindicações, estão o impeachment do presidente, mais celeridade no plano de vacinação e aumento do valor do auxílio emergencial, que hoje varia entre R$ 150 a R$ 375. No ato do Rio de Janeiro, também há críticas às suspeitas de corrupção envolvendo militares e integrantes do Centrão no Ministério da Saúde que são investigados na CPI da Covid.

Frases como “Fora, Bolsonaro”, gritos como “Vacina no braço” e “Comida no prato” são entoadas nos atos, que acontecem em meio a mudanças no governo e acusações de corrupção na compra de vacinas. Os protestos ocorrem de forma pacífica, com a maioria dos manifestantes usando máscara como medida de proteção contra o coronavírus. Em alguns momentos, porém, há aglomerações, apesar dos alertas sobre distanciamento social.

No centro do Rio de Janeiro, o ato que começou em frente ao Monumento a Zumbi, na Avenida Presidente Vargas, pede o impeachment do presidente e faz críticas às suspeitas de corrupção envolvendo militares e integrantes do Centrão no Ministério da Saúde que vêm sendo investigados pela CPI da Covid. Com cartazes e palavras de ordem os manifestantes reivindicam a saída de militares da política e pedem mais vacinas contra a Covid-19 para a população.


Convocados por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda como PT, PDT, PSB e PSOL, o protesto tem presença de políticos como Chico Alencar e Alessandro Molon, além de artistas como Paulo Betti, Tony Bellotto e Malu Mader. “O Bolsonaro sabe que o Centrão é a essência desse butim do estado, desse assalto aos cofres públicos. E agora, fragilizado politicamente, ele assume essa aliança” disse Chico Alencar. “Por outro lado estamos no governo mais militarizado da história e precisamos impedir que generais se arvorem em tutela o estado”.

Apesar das orientações dos organizadores, alguns pontos registram aglomerações. A maior parte dos manifestantes usa máscara. A professora Maria Solange, de 59 anos, participa pela terceira vez de manifestações contra Bolsonaro e desta vez resolveu chamar atenção para a militarização da política no Brasil. “Nós conquistamos nossa democracia a duras penas e não podemos permitir falas golpistas de militares no governo. Eles não tem que dar palpite sobre eleições, tem que cuidar do lhes cabe”, disse Solange.

Já o empresário Omar Silveira, de 57 anos, se vestiu com um jaleco branco para homenagear os profissionais de saúde que atuam na pandemia. Ele criticou a condução do governo em meio a crise sanitária.

O ato conta com bandeiras de partidos políticos de esquerda e muitos manifestantes usam camisas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também há pessoas com camisas verde e amarelo e bandeiras do Brasil. Movimentos em defesa da população LGBTQI+, de mulheres, negros e indígenas também marcam presença nas ruas do Rio. Em carros de som, líderes de movimentos sociais pedem ainda a extensão do auxílio emergencial e criticam a agenda de privatizações defendidas defendidas pelo Mistério da Economia, entre elas a privatização dos Correios.

Quando o protesto começou a se concentrar na altura da Candelária houve tensão entre manifestantes e a PM. Um grupo que fez uma fogueira na pista foi perseguido e revistado pelos policiais, gerando correria no meio do ato. Outro manifestante que estava fazendo provocações à PM foi detido e levado numa viatura. Porém, os policiais não informaram o motivo da detenção do ativista. Por volta de 13h30 a multidão começou a se dispersar.

Na capital paulista, manifestantes começaram a se reunir em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista, por volta das 15h. O principal carro de som, estacionado em frente ao museu, traz bandeiras de movimentos como UNE, UBES e Coalizão Negra Por Direitos. Assim como nas manifestações anteriores, muitos presentes carregam bandeiras e cartazes criticando o governo Jair Bolsonaro e a gestão do combate à pandemia do novo coronavírus pelo presidente. Há também referências em defesa do voto eletrônico. A nova presidente da UNE, Bruna Brelaz, disse que a expectativa é que este quarto ato seja maior do que o último. “Houve um chamado mais amplo para que todo e qualquer setor que seja Fora Bolsonaro participe das manifestações. Muito mais gente vai poder colocar a sua voz neste sábado” disse ela, lembrando que representantes de partidos como PSDB, Cidadania, Solidariedade, PV e Rede devem participar do protesto deste sábado na capital paulista. “Chegamos no limite, inclusive relacionado às ameaças democráticas que têm como porta-vozes generais”, afirmou Bruna Brelaz, acrescentando que a manifestação também abordará os cortes nos orçamentos das universidades, fome e desemprego.

Em Recife, capital de Pernambuco, o protesto aconteceu no Centro contra a fome e para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) que dê andamento a processo de impeachment contra Bolsonaro.

Em Teresina, no Piauí, estudantes, trabalhadores, centrais sindicais e integrantes de partidos políticos e de movimentos sociais protestaram contra o governo federal, pedindo o impeachment de Bolsonaro mais vacinas e aumento do auxílio emergencial.

A concentração começou por volta de 8h na Praça Rio Branco, no Centro da cidade. Em seguida, às 10h, eles saíram em caminhada pelas ruas do Centro, com cartazes e carros de som. Na Bahia, está acontecendo manifestações tanto na capital Salvador como em outras cidades.

Em Minas Gerais, onde as pessoas também protestam contra o governo e em favor da celeridade da vacinação, houve registro de protesto em Belo Horizonte, Governador Valadares, Timóteo e Montes Claros. No estado mineiro, porém, entre as reivindicações também estavam pedidos contra a privatização da Eletrobrás e dos Correios e os cortes na área de educação. Já em Santa Catarina, os atos ocorreram em Joinville e Jaraguá do Sul, no Norte, e em Criciúma, no Sul catarinense. E em Goiás, manifestantes foram às ruas da capital, Goiânia, pedir o impeachment do presidente e vacinas para toda a população.

(* Com G1)

1 Comentário

Paulo Costa

jul 7, 2021, 5:49 pm Responder

Todos à favor do Fundão eleitoral( 5.7 bilhões) e contra o voto auditável….
OBSERVEM !
KKKKKKK

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