Médico nordestino comemora morte de ativista nos EUA, perde emprego e tem visto americano cassado

O médico neurologista Ricardo Barbosa, de Recife, se tornou alvo de forte repercussão nacional e internacional após usar as redes sociais para comemorar o assassinato do ativista político norte-americano Charlie Kirk.

Em uma postagem, o profissional escreveu: “Um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”, em referência ao atentado que tirou a vida do jovem líder conservador. A declaração gerou indignação imediata e desencadeou uma série de punições.

Nos Estados Unidos, o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, determinou a revogação do visto de Barbosa e incluiu um alerta para que ele jamais consiga uma nova autorização de entrada no país. A medida foi interpretada como uma resposta dura a uma manifestação considerada desumana e incompatível com a conduta esperada de um médico.

No Brasil, a clínica Recife Day Clinic, onde Barbosa trabalhava, anunciou sua demissão, ressaltando que a fala não representa os valores da instituição. Paralelamente, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) instaurou uma sindicância para apurar sua conduta, e a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia também divulgou nota de repúdio.

O episódio levanta um questionamento grave: como um médico, cuja missão é salvar vidas, pode festejar a morte de alguém? Se ele se comporta assim em público, que postura teria dentro de um hospital? Diante de um paciente identificado como bolsonarista, negaria atendimento? Viraria as costas em uma emergência por divergência política?

A postura de Ricardo Barbosa deixa essas dúvidas no ar e acende um alerta perigoso sobre até onde a ideologia pode corroer princípios básicos da medicina e do respeito à vida.