Megaoperação da PF apura uso de portos como rota do tráfico internacional de drogas

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça (18) no Rio Grande do Norte, em outros 11 estados e no Distrito federal investiga o tráfico internacional de drogas via portos brasileiros, especialmente através Porto de Natal. Na megaoperação a Justiça determinou o bloqueio de R$ 100 milhões e sequestro de 12 aeronaves, 42 caminhões e 35 imóveis ligados a 4 organizações criminosas.

No último sábado (15) a PF e a Receita Federal apreenderam 700 quilos de cocaína no Porto de Natal. A droga estava escondida em meio a uma carga de mangas e tinha como destino a Holanda.

A Operação Além-Mar cumpre 139 mandados de busca e apreensão e outros 50 de prisão, sendo 20 preventivas e outras 30 temporárias, em 12 estados e no Distrito Federal. A PF apontou que, mesmo diante da pandemia de Covid-19, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março e julho mais de 1,5 tonelada de cocaína.

No Rio Grande do Norte foram cumpridos 5 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brejinho, São José de Mipibu, Parnamirim e Natal e um mandado de prisão na capital potiguar.

Tráfico de drogas pelo Porto de Natal

Em 2019 a Polícia Federal já apontava o Porto de Natal como ponto de embarque de rota marítima do tráfico internacional de cocaína. Em fevereiro daquele ano foram apreendidas 3,3 toneladas de cocaína em duas operações. Essas duas apreensões feitas pela PF com a ajuda da Receita Federal foram as primeiras da história do terminal, aberto em 1932. Nunca uma operação policial havia descoberto drogas no Porto de Natal. Os tabletes – 998 em um dia e outros 1.832 no dia seguinte – estavam escondidos em meio a mangas e melões encaixotados em contêineres. Segundo a PF, o destino era o mesmo: o porto de Roterdã, na Holanda.

Por causa das apreensões, a única empresa que faz o transporte de cargas de Natal para Roterdã, na Holanda, suspendeu as atividades locais em março de 2019, até que o porto tomasse medidas de segurança. As operações, porém, foram retomadas no início de abril de 2019 e em maio, outra tonelada foi apreendida.

Falta de escâner

O Porto de Natal não tem um escâner – equipamento que permitiria vistoriar as cargas ainda dentro de contêineres – o que pode facilitar o embarque de drogas em meio a outros produtos.

A gestão do Porto de Natal pertence ao Governo Federal, através da Companhia Docas do Rio Grande do Norte. Em nota enviada no último sábado, a Codern informou que a “convergência de interesses entre o Porto, Armadores e Proprietários das Cargas, deverá possibilitar a instalação de um escâner de contêineres no final de setembro (VEJA AQUI)

G1RN

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