Ministério da Agricultura monitora casos da doença da ‘urina preta’

Foto: Reprodução/ Ulrike Leone/ Pixabay

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou nesta quarta-feira (15) que todos os casos notificados e em investigação sobre a doença de Haff – conhecida como “urina preta” – estão sendo acompanhados pelas equipes da pasta e de epidemiologia do Ministério da Saúde.

Os profissionais trabalham em cooperação com os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária e o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). O Mapa orienta que a população fique atenta na hora de comprar pescados, de forma geral. Peixes, mariscos e crustáceos comercializados devem conter o selo dos órgãos de inspeção oficiais.

Os produtos identificados pelo carimbo de inspeção na rotulagem possibilitam a rastreabilidade de sua origem, o que os torna seguros.

“É muito importante que a população esteja atenta aos informes, evitando assim informações especulativas que venham a ocasionar confusão a respeito do tema”, disse a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Ana Lúcia Viana.

Pesquisas sobre os possíveis agentes causadores estão sendo realizadas pelos laboratórios, a partir das amostras coletadas dos alimentos consumidos, bem como de material biológico dos próprios pacientes acometidos pela doença.

Por ter sido registrada em diversos biomas (rios, lagos, mares etc.) e espécies, não é possível, até o momento, determinar, com base nos casos analisados, os ambientes e animais envolvidos.

Com base nas análises preliminares, as equipes laboratoriais realizaram uma ampla pesquisa de amostras em busca de moléculas suspeitas, especialmente dos grupos das palytoxinas e ovatoxinas, apontadas como as mais prováveis toxinas causadoras doença de Haff.

Estas moléculas são análogas – podem ser produzidas por microalgas tóxicas – e estão presentes na maioria dos aquários marinhos.

O que é a doença de Haff

A doença de Haff ainda não tem causa definida e se caracteriza por ser uma síndrome em que ocorre uma rabdomiólise (ruptura de fibras musculares), com início súbito, apresentando rigidez, dores musculares e alterações de enzimas.

Os primeiros sinais e sintomas podem se manifestar nas primeiras 24 horas após o consumo de peixe cozido, lagostins e outros frutos do mar contaminados.

A enfermidade é considerada emergente e, por ter origem desconhecida, enquadra-se como evento de saúde pública, sendo necessária sua notificação compulsória.

 Infográfico elaborado em 2017

No Brasil, foram registrados casos da doença em 2008 com algumas espécies peixeis de água doce como o Pacu (Mylossoma spp), tambaqui (Colossoma macropomum) e pirapitinga (Piaractus brachypomus), bem como peixes de água salgada, como a arabaiana/olho-de-boi (Seriola spp.) e badejo (Mycteroperca spp), além de novos casos em 2016 e, agora, em 2021. POR CNN BRASIL

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