Moraes: “Cegueira coletiva” embala milícias digitais e fake news

Foto: Reprodução

ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), participou nesta sexta-feira (11/9) do 15° Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), e atacou duramente as chamadas “milícias digitais”, que espalham notícias falsas e ataques a rivais políticos e desafetos. Para Moraes, a forte disseminação de fake news se dá pela “cegueira coletiva que vem acontecendo”.

“Estamos confundindo grupos de WatsApp com milícias profissionais. Isso se torna um grande risco para a honra das pessoas, para as instituições, até mesmo para eleições”, analisa o ministro, relator no Supremo do chamado “Inquérito das Fake News”.

O ministro também avaliou que há profissionalismo nessas milícias digitais. “O que é interessante é que, em um primeiro momento, para plantar uma notícia falsa eram necessários robôs. Agora, já estão formando equipes profissionais para divulgar esse conteúdo, com a finalidade de chegar no dia ‘D’ e o assunto falso estar entre os mais comentados”, ressalta.

Lavagem de dinheiro

Moraes sustenta que há muito dinheiro envolvido nesses grupos: “Eu não tenho nenhuma dúvida de que há lavagem de dinheiro. Temos que tomar muito cuidado, é muito mais grave do que as pessoas acharam e continuam achando”.

Inquérito das fake news

O ministro Alexandre de Moraes é relator do inquérito, aberto em março de 2019, para apurar ameaças, ofensas e fake news divulgadas contra integrantes da Corte.

Já foram alvo de mandados de busca e apreensão, no âmbito do Inquérito das Fake News, personagens como o dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang; o ex-deputado federal, presidente nacional do PTB, condenado no mensalão, Roberto Jefferson; os deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ), Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP); o blogueiro Allan dos Santos, do blog Terça Livre; o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP); e a extremista Sara Giromini.

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