MPF abre investigação para apurar causas do acidente em falésia da Pipa
O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) instaurou um procedimento para apurar as causas do acidente que vitimou uma família na praia da Pipa, distrito de Tibau do Sul, na terça-feira (17), e avaliar a adoção de medidas emergenciais efetivas para garantir a segurança de quem frequenta o local. Durante toda esta quarta-feira (18), profissionais de diversas áreas e órgãos estiveram no local para avaliar o trecho, que foi parcialmente interditado. Oito estabelecimentos, entre hotéis e restaurantes, que ficam localizados no topo da falésia onde aconteceu o acidente foram interditados preventivamente.
Nesse contexto, considerando que as falésias da região são atualmente ocupadas por edificações e que a área da praia é comumente utilizada por banhistas, afigura-se imprescindível a instauração de procedimento específico que tenha por objetivo avaliar a adoção de medidas emergenciais efetivas para garantir a segurança das pessoas e a mitigação de eventuais novos deslizamentos na região conhecida como “Baía dos Golfinhos””, argumentou o procurador da República, Victor Manoel Mariz, no pedido de instauração da investigação pelo MPF/RN.
A secretária de Urbanismo e Meio Ambiente de Tibau do Sul, Ieda Cortez, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, disse que os estabelecimentos vão ficar fechados, preventivamente, pelo menos até o próximo dia 25 de novembro, quando um relatório trará conclusões quanto à segurança do funcionamento desses locais. Os lugares serão inspecionados um a um. Dois deles, que tinham estrutura mais voltada para a rua, foram liberados.
“Eles não têm tanta influência porque são voltados para rua, são menores e não estão na borda da falésia. Os outros oito ficam interditados até quarta, que é quando vamos pegar o material coletado, emitir um relatório e fazer um novo encontro na presença dos técnicos envolvidos e do perito para dar um novo posicionamento, se liberamos totalmente, ou mantém interdição parcial”, explicou.
Técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) chegaram em Tibau do Sul por volta das 14h desta quarta-feira e auxiliaram nas vistorias junto aos estabelecimentos. A análise mais completa na falésia em si ficou para esta quinta-feira (19). Um drone foi usado para sobrevoar a área e realizar um mapeamento com mais detalhes da encosta.
Desde junho, segundo a secretária Ieda Cortez, o município vinha fazendo um levantamento de campo das falésias em três praias que já apresentavam problemáticas semelhantes quando chovia. As praias são a do Centro, dos Golfinhos e a do Madeiro. “Focamos nessas que tinham as maiores problemáticas e que houve, pontualmente, episódios de deslizamentos”, disse. Nesses casos, os sinistros aconteciam de baixo para cima. O evento que aconteceu na última terçafeira, que vitimou fatalmente a família, ocorreu de um ponto mediano da falésia até o chão.
“Esse material levantado iria ser apresentado à Defesa Civil para termos um
relatório conjunto da problemática. Vamos somar a esse levantamento específico em função desse acidente. Fizemos a avaliação com outros órgãos e a Defesa Civil Nacional”, acrescentou Ieda Cortez.
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