MST ocupa BR e desmente fake news sobre novas ocupações no Rio Grande do Norte

No último sábado (16), 150 famílias ocuparam as margens da RN-118, na região Potiguar do Seridó. No Twitter, influencer bolsonarista incita que atirem contra as(os) Sem Terra

No último sábado (16), o MST do Rio Grande do Norte ocupou uma área nas margens da RN-118, que liga os municípios de Jucurutu e Caicó, região do Seridó Potiguar.

A ocupação aconteceu com aproximadamente 150 famílias, com o objetivo de lutar pela terra e Reforma Agrária Popular, num contexto em que a fome e o desemprego assolam o país.

Após a ocupação da rodovia, que é uma área pública, bolsonaristas fizeram publicações nas redes sociais compartilhando notícias falsas e incitando o uso de armas de fogo contra as(os) acampadas(os).

A ocupação da terra aconteceu de forma pacífica. Mas, depois disso, muitos blogs sensacionalistas bolsonaristas disseminaram informações falsas, baseadas em supostos áudios vazados nas redes sociais e incitando ataques aos Sem Terra.

No Twitter, o bolsonarista autointitulado “Black Power do Bolsonaro”, Maicon Sulivan publicou na tarde desta terça-feira (19), mensagem incitando fazendeiros à atirarem nas(os) Sem Terra:

“MST está planejando invadir fazendas na região do Seridó (RN/PB), a informação parte de áudios que vazaram.” Proprietários, vocês já sabem como resolver isso né? [emotions de arma e bala]

Acampadas(os) desmentem a existência dos áudios e a intenção de ocupar terras privadas na região. “Em momento algum houve esses áudios ou coisas desse tipo, isso são fake news bolsonaristas que ocorre muito aqui na região” – menciona o acampado Jonh Nascimento, lamentando o uso de notícias falsas e incitação de violência sobre as famílias acampadas.

Acampamento Retomada Seridó

O “Acampamento Retomada Seridó” está localizado nas proximidades da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte EMPARN. Encontra-se no momento em fase de construção das moradias, em barracos de lona, para abrigar cerca de 300 famílias Sem Terra vindas de vários municípios da região.

As famílias que ocupam as margens da BR, o fazem em reivindicação por Reforma Agrária, oriundas de comunidades e bairros periféricos da região, pessoas que necessitam do acesso à terra para obter condições de subsistência, trabalho e vida digna no campo.

Acampadas(os) afirmam ainda que está previsto na Constituição Federal de 1988, no artigo 188-186, que toda terra deve cumprir sua função social, do contrário deve ser destinada para a finalidade de Reforma Agrária:

“O movimento está aqui reafirmando que a luta que estamos fazendo é uma luta legal, estamos à margem da BR, em um acampamento permanente. E esse acampamento só vai sair daqui do Seridó quando as autoridades solucionarem a questão da terra aqui da região do Seridó, que seria um assentamento para assentar as 300 famílias Sem Terra aqui da região do Seridó, tanto de Caicó, quanto da região ao redor” – declaram.

A direção do MST no estado também informou que, os próximos passos sobre as reivindicações feitas pelas famílias, serão formalmente encaminhados por meio de um pedido de diálogo com o Governo e com a Secretaria do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (SEDRAF).

Quanto à incitação de crime e ameaças contra as(os) acampadas(os), a direção do MST no Rio Grande do Norte afirma que já está tomando providências jurídicas cabíveis, no sentido de acionar os órgãos de segurança pública para apurá-las.

FONTE: MST

1 Comentário

Claudio

out 10, 2021, 9:24 am Responder

Por favor, ouçam o que os agricultores da região têm a dizer sobre o acampamento anterior do MST,que aconteceu na Emparn. Ele vão explicar como essa famílias que “lutam pela Reforma Agrária” prejudicaram esses moradores. Não falo em pessoas com boas condições financeiras, mas em trabalhadores pobres que residem nas redondezas.

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