Mulher presa por envenenar enteados é suspeita de morte de namorado e de vizinho

Em uma noite de setembro de 2018, o dentista Pedro Jose Bello Gomes, de 64 anos, estava com a então namorada na varanda de seu apartamento de três quartos, no primeiro andar de um prédio de esquina no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, quando começou a passar mal.

A autônoma Cíntia Mariano Dias Cabral, de 44, o socorreu no carro dele, um Logan branco estacionado em uma de suas três vagas no subsolo do edifício, levando-o para o Hospital São Matheus, em Bangu, também na Zona Oeste, a 28,6 quilômetros de distância. Às 22h45 do dia 29 daquele mês, ele não resistiu e morreu. O corpo foi enterrado no Cemitério do Pechincha. As informações são do jornal O Globo.

Ainda que a certidão de óbito lavrada no 14º Registro Civil de Pessoas Naturais da capital ateste que Pedro foi vítima de acidente vascular cerebral hemorrágico e de hipertensão arterial sistêmica, a Polícia Civil do Rio suspeita que ele possa ter sido envenenado pela companheira.

Presa temporariamente por tentar matar o atual enteado, Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, após supostamente servir a ele feijão com chumbinho no último dia 15, Cíntia ainda é investigada pela morte da irmã dele, Fernanda Carvalho Cabral, de 22, em circunstâncias semelhantes, em março, e do representante farmacêutico Francisco das Chagas Fontenele, de 75, em novembro de 2020.

Pedro e Cíntia mantiveram um relacionamento amoroso por cerca de dois anos. Às sextas-feiras, ela deixava sua casa, em uma rua estreita de Padre Miguel, para passar os fins de semana no apartamento alugado por ele pelo valor de R$ 3.500, a três quadras do Posto 10 do Recreio. O casal costumava frequentar a praia e, ao entardecer, ouvir pagode e beber cerveja no imóvel, um dos nove do prédio com vista para o Parque Chico Mendes. Viúvo desde 2016, o dentista tinha uma única filha, que morava no exterior. Ele já não trabalhava mais na Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz, e havia se aposentado como professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Na última terça-feira, quatro dias após ela ser presa pela tentativa de homicídio de Bruno, a advogada Márcia Izabel Dantas Flora, que a representa, impetrou uma petição requerendo a desistência do processo, frente aos documentos juntados pela merendeira.

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