‘O mercado não gosta de incerteza’, diz estrategista do BTG Pactual João Scandiuzzi

As agitações políticas com a saída de Sergio Moro do governo Bolsonaro mexeram com o mercado financeiro, que reagiu com a queda da Bolsa de Valores e a alta do dólar, que bateu recorde a R$ 5,66. O estrategista-chefe do BTG Pactual, João Scandiuzzi, explicou à CNN como os efeitos das incertezas políticas afetam os índices.

“O mercado realmente não gosta de incerteza, e uma saída como essa, de um nome de peso (Sergio Moro), levanta uma incerteza. Não só a saída do (ex-ministro da Saúde Nelson) Mandetta, mas também o anúncio do plano Pró-Brasil pela Casa Civil sem a presença do ministério da economia (Paulo Guedes). Tudo isso se refletiu no mercado, passa uma incerteza sobre compromisso de agenda social do governo a longo prazo e também uma incerteza política quanto à viabilidade da aprovação dessa agenda”, explica.

Ele acredita que o Brasil conseguido lidar com as consequências do coronavírus na economia. “É um momento muito difícil. É preciso proteger trabalhadores, desempregados, empresas e empregos. Dentre os emergentes, o Brasil tem dado uma resposta bastante interessante e razoável. Se não tivéssemos feito as reformas, o Brasil não conseguiria dar essas respostas, com uma dificuldade de financiamento do governo”.

Scandiuzzi diz como o mercado deve ficar mais tranquilo. “Para poder continuar com uma reação adequada, é importante continuar com o sinal de que, passada a pandemia, será retomada essa agenda de solvência fiscal e da produtividade. É fundamental reforçar o compromisso com essas agendas. Passa pelas reformas, reforçar o compromisso com elas e construir uma governabilidade”.

CNN BRASIL

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