Padre Robson tem prisão preventiva solicitada pela PF; suspeito de desviar dinheiro doado por fiéis

A Polícia Federal solicitou, na última quarta-feira, 17, aprisão preventiva do padre Robson de Oliveira, suspeito de lavagem de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade, Goiás.

O sacerdote era reitor do Santuário Divino Pai Eterno, principal ponto de peregrinação de católicos no estado.Padre Robson teria desviado mais de R$ 100 milhões, valor que deveria ser destinado para a construção da nova basílica de Trindade, o maior templo de Goiás. Com o dinheiro, o sacerdote teria comprado imóveis de luxo, como uma fazenda de R$ 6,3 milhões e uma casa na praia de Guarajuba (BA) de R$ 3 milhões, além de um avião, de acordo com informações do MP.

Informações de dentro da Polícia Federal apontam que o padre já não se encontra em Goiás desde que o pedido foi protocolado. A defesa de padre Robson de Oliveira alega que os fatos usados para fazer o pedido de prisão são antigos e não justificariam uma detenção.

“Até o momento, em razão da gravação ambiental realizada por Robson, sabemos que o pagamento da propina ocorreu, mas ainda não temos a informação de como se operacionalizou, nem quem recebeu o dinheiro a mando ou em nome de desembargado(res)”, diz um trecho do pedido de prisão preventiva da PF enviado ao STJ.

Operação Vendilhões

O pedido de prisão de padre Robson é decorrente da operação Vendilhões, que foi deflagrada em agosto de 2020 após investigações identificarem desvios milionários das contas da Afipe, entidade fundada e presidida pelo religioso e que administrava doações de fiéis de todo o País para a construção da basílica de Trindade, cidade na Região Metropolitana de Goiânia (GO). A nova basílica ainda está em fase inicial de obras.

De acordo com o delegado Alexandre Pinto Lourenço, superintendente de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP/GO), o Vaticano já tinha conhecimento das denúncias contra o padre e acompanhava o caso.

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.