País se preocupa mais com economia do que com corrupção, diz pesquisa

A economia e a saúde, e não a corrupção, são os principais problemas do país para os brasileiros. É o que revela pesquisa da Quaest e da Genial Investimentos feita entre 2 e 5 de dezembro.

A economia foi citada como principal preocupação por 41% das pessoas que responderam à pesquisa. A saúde e a pandemia vêm em segundo lugar, com 19%. Em terceiro estão as questões sociais, com 14%. Somente em quarto vem a corrupção, com 10%.

Dentro da economia, o desemprego aparece como principal problema, com 18% das respostas. Na última pesquisa, de novembro, 14% fizeram essa opção, o que mostra que a preocupação com o assunto está em alta. Em seguida vem o crescimento econômico, com 14%, e a inflação, com 9%.

Nas questões sociais, o principal problema é a fome e a miséria, com 11%. A preocupação tem crescido desde julho deste ano, quando estava em 4%. Em todos os meses houve alta no número de pessoas que escolhiam esse tópico.

Para chegar até essas conclusões, os pesquisadores entrevistaram pessoalmente 2.037 pessoas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade é de 95%.

Os dados são uma má notícia para Jair Bolsonaro, que não consegue controlar a inflação nem gerar empregos no ritmo necessário para diminuir as taxas de pessoas sem trabalho. Seu fracasso no enfrentamento à Covid-19 também deve piorar a percepção do desempenho de seu governo para os eleitores que consideram a saúde e o combate à pandemia prioritários.

Os números são uma má notícia também para Sergio Moro, que tem no combate à corrupção o seu principal trunfo para a campanha presidencial de 2022. Moro vem tentando calibrar seu discurso para fazer do combate à fome sua principal bandeira, mas não é uma mudança fácil de ser feita aos olhos do eleitor, que ainda o associa principalmente ao combate à corrupção.

João Doria, que vai usar muito na campanha o fato de ter sido o primeiro a trazer a vacina aos brasileiros, pode se beneficiar pela prioridade dada à saúde. Da mesma maneira, Lula, pelo histórico de combate à fome e pelo sucesso de políticas sociais, também deve se beneficiar.

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