Para ministros do TSE, Barroso “embarcou demais” na polêmica do voto impresso

Foto: Reprodução/STF

Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm criticado a conduta do presidente da corte, Luís Roberto Barroso, sobre o voto impresso. Para os magistrados, Barroso está “embarcando demais nas polêmicas” sobre o tema e polarizando com Bolsonaro, que defende a iniciativa. A avaliação de parte dos integrantes do tribunal é que Barroso deve dizer publicamente que quem decide esse assunto é o parlamento e se limitar a mostrar o quanto será mais caro fazer a impressão dos votos.

Um levantamento do TSE mostra que mais de R$ 2 bilhões seriam gastos para instaurar um sistema de impressão nas mais de 570 mil urnas de todo País.

– Barroso entrou em um confronto desnecessário e esse não é o papel do juiz – disse um ministro do TSE à coluna. Internamente, no entanto, a postura de Barroso é elogiada no TSE. Servidores afirmam que é a primeira vez que um presidente da corte faz uma defesa incisiva do trabalho e da lisura da Justiça Eleitoral.

Nesta semana, Barroso defendeu, na Câmara dos Deputados, a urna eletrônica e destacou que o voto impresso diminui a segurança da votação. Ele participou de debate da comissão geral da Casa sobre propostas de emenda à Constituição que tratam de temas eleitorais.

Hoje já existe auditagem da eleição, mas ela não conta com voto impresso. Em conversas com parlamentares, Bolsonaro repete que, se o Congresso definir a necessidade do voto impresso, isso terá que ser pensado e bem estruturado. Hoje o foco do TSE tem sido ampliar a cibersegurança do sistema eleitoral e sua transparência, ampliando o número de entidades fiscalizadoras que acompanham a auditagem da eleição. Por O Globo

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