Paralimpíadas dão visibilidade aos atletas com deficiência

Centenas de atletas participam, em São Paulo, da terceira edição das Paralimpíadas Universitárias que ocorre no Centro de Treinamento Paralímpico. A competição acontece entre hoje (25) e amanhã (26), com provas de atletismo, natação, bocha, basquete 3×3, judô, parabadminton, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas.

A disputa é por instituição de ensino: no ano passado, o campeão foi o Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro.

“Os Jogos Universitários é exatamente a última etapa desse processo de atendimento da pessoa com deficiência na área para-desportiva. Nós iniciamos com a Paralimpiada Escolar, em que atendemos uma faixa etária de 12 a 18 anos, o Circuito Caixa, que é mais extensivo e começa aos 14 anos e temos ainda alguns atletas na faixa dos 40 anos e o Universitário”, explicou Ramon Pereira de Souza, gestor de esporte escolar do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

“A função mais importante do Universitário é exatamente estimular esse aluno, esse atleta, a estudar porque é uma competição específica para os universitários e, além disso tudo, dar continuidade no treinamento dele. Então, ele passa a ter mais uma competição e tem a oportunidade de mostrar seus talentos. E mais ainda, a questão de sensibilizar as universidades”, falou ele, em entrevista hoje à Agência Brasil.

Segundo Ramon, 196 universidades participam da competição, que é anual e sempre realizada em período de férias escolares. “Esse evento é novo. Começamos em 2016, com 91 atletas. Hoje temos 373 atletas. É uma ascensão muito boa”, falou Souza. Entre os estudantes universitários que participam da competição, há 14 atletas que foram convocados para os Jogos Parapan-Americanos, em Lima, no Peru, em agosto. “Em competições como essa descobrimos alguns atletas e, ao mesmo tempo, estimulamos a todos eles estarem em atividade”, disse.

Na tarde de hoje, o atleta Luis Henrique Ribeiro dos Santos, 23 anos, competiu no jogo de bocha. Ele representa a Universidade Paulista (UNIP), de São Paulo, e compete nos Jogos Universitários pela primeira vez. “Mas venho de outras competições. Faz seis anos que jogo bocha e tenho longa carreira por aí. Meu objetivo é a seleção, o Parapan, ou seja, chegar lá em cima”, disse ele. “Estou batalhando para isso. Não estou tão longe, mas também não estou tão perto. Tem que ir crescendo aos poucos, alcançando os objetivos, sempre focado e sempre pensando na competição que vem pela frente”, acrescentou.

Para ele, participar das Paralimpíadas Universitárias é uma “experiência diferente”. “Você convive com outras pessoas, de outros estados. Então, cada jogo é um jogo, uma experiência”, falou. “E dá visibilidade”, destacou.

Já a atleta Rafaela Helen Lima do Nascimento, 21 anos, competiu hoje na prova de natação, representando a Universidade Federal do Paraná. Essa é a terceira vez em que ela participa da competição. “É uma grande oportunidade de mostrar todo o potencial das pessoas que têm algum tipo de deficiência. E, a cada vez mais, você vê que está crescendo e que as pessoas estão tendo mais visibilidade”, falou ela à reportagem da Agência Brasil.

Hoje ela participou de sua primeira prova nesta competição, mas o resultado não a agradou muito. “Acabei de participar da minha prova agora, mas não foi o que eu esperava. Não foi o meu tempo oficial, mas daqui a pouco tenho mais uma prova e espero me recuperar”, disse ela, que este ano não conseguiu o índice para participar do Parapan de Lima.

No ano passado, ela representou o Brasil no Pan-Americano Universitários, onde conquistou o primeiro lugar nos 50 e 100 metros livre e o primeiro lugar nos 200 metros medley.

Agencia Brasil

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