Pesquisa sorológica para identificar comportamento da Covid-19 no RN tem início

Foto: Julianne Barreto/Inter TV Cabugi

Os 160 pesquisadores iniciaram nesta sexta-feira (8) o trabalho de campo do Inquérito Sorológico no Rio Grande do Norte, uma pesquisa que tem o objetivo de mapear o comportamento da Covid-19 em todas as regiões do estado. A meta é que 24 mil pessoas façam o teste da Covid-19 e sejam entrevistadas durante três semanas, em três ciclos. O 1° ciclo de entrevistas exames para a pesquisa vai da sexta-feira (8) até o domingo (10). O segundo ciclo acontece entre os dias 15 e 17, e o terceiro vai de 22 a 24 de janeiro.

A abordagem é feita porta a porta, à domicílio. Em Natal, nesta sexta-feira (8), os testes foram feitos em bairros e localidades da Zona Norte, como Cidade Praia, Potengi e Pajuçara.

Maria de Lourdes Bezerra, 69 anos, foi uma das que participaram da pesquisa. “Eu tinha visto na televisão que ia passar e atendi. Eu queria mesmo ver. É bom ter a certeza se está ou não. Eu acho que já tive, mas eu queria saber se tive ou não”, falou.

Ela conta que o filho também apresentou alguns sintomas e que acredita que ele se contaminou no trabalho e levou o vírus pra casa.

“Eu senti dor no corpo todo, muita dor de cabeça, o corpo febril, mas fui no hospital e não estava. Também tive tosse, dor no corpo, perda de olfato e paladar. Isso foi em junho. Não fiz o teste, porque eu achava tão difícil. Eu fui no hospital e tiraram radiografia do meu pulmão, não tinha sequela e me passaram um medicamento em casa”, disse.

“Passou, mas eu pensei que ia morrer. Escapei fedendo, como se diz”.
O resultado dela, no entanto, deu negativo tanto para a presença do vírus atualmente como para uma resposta imune. Ou seja, também não houve confirmação de se ela já pegou o vírus em algum outro momento.

No sábado (9), a pesquisa vai passar pelos bairros Nordeste, Guarapes e Barro Vermelho. A intenção é testar 3 mil pessoas por cidade. Em algumas casas, há um certo receio, segundo os pesquisadores. Cidade Praia foi uma das localidades em que as pessoas mais recusaram o teste.

“Elas negavam, não queriam fazer, não acreditavam. Umas pensavam que era algo a ver com a vacina. Muito de fake news que antes mesmo de começar nós vimos nas redes sociais que já estavam saindo, de que a gente iria nas casas e que as pessoas tomassem cuidado, que era assalto. Teve muito disso e as pessoas acabam acreditando”, disse Jacqueline Aires, supervisora de campo da pesquisa.

Questionário

As pessoas que aceitarem participar das entrevistas respondem um a questionário, que tem questões socioeconômicas sobre número de pessoas e cômodos na casa, frequência de fornecimento de água, grau de escolaridade, renda total no mês, e renda de aposentadorias e de bolsa família.

É questionado ainda a idade, raça, peso, altura, profissão, além de tópicos relacionados ao contágio, como: se teve contato com caso suspeito ou confirmado de Covid-19, se já foi testado ou confirmado com a doença, se apresentou sintomas, se faltou trabalho ou escola durante esse período, se foi internado e se tem doenças crônicas.

Tópicos sobre o isolamento também estão entre as perguntas: se foi a supermercado nos últimos 14 dias ou outros locais, como está sendo o isolamento (frequência de saídas de casa por semana), se adotou total ou parcialmente o isolamento, além de qual o meio de transporte utilizado.

Pesquisa

A pesquisa será feita em parceria com o Instituto Amostragem do Piauí e tem o apoio do Comitê Científico, formado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS).

Ao todo, a previsão é de que cerca de 2.300 domicílios participarão da pesquisa em cada etapa. Oito municípios com sede de regionais de saúde serão analisados: Pau dos Ferros, Mossoró, Assu, Natal, João Câmara, São José do Mipibu, Santa Cruz e Caicó.

G1RN

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.