Pesquisadores da UFRN patenteiam descoberta de substância que pode ajudar no tratamento da obesidade

Foto: Reprodução

Da Floresta Amazônica vem a substância que pode ser a esperança para um novo tratamento contra a obesidade. Pesquisadores das Universidades Federais do Rio Grande do Norte e do Amazonas conseguiram extrair do Breu Branco, uma planta típica da floresta, o composto que está sendo testado para inibir a produção de gordura no organismo. A pesquisa já dura mais de sete anos e está na segunda etapa, com testes em animais.

Primeiro, os camundongos receberam dietas hipercalóricas, engordaram e depois tomaram o remédio que está sendo desenvolvido. O resultado demonstra que eles não só perderam peso, como o tratamento também evitou a absorção de mais gordura. Taxas de colesterol e glicemia também apresentaram melhoras no tratamento.

Com os estudos avançando, os farmacêuticos potiguares patentearam a descoberta e agora devem avançar para a próxima etapa de testes, em humanos. “A Amirenona, essa substância nova natural, que é derivada do Breu Branco, atua com um mecanismo para inibir as taxas de carboidratos e lipídios do organismo. Reduzindo o peso corpóreo e atuando também na redução da glicemia e da taxa de lipídios. Então, tem uma série de fatores que vai atuar no metabolismo do organismo para inibir essas taxas pra reduzir o peso”, explica o professor Adley Lima, que coordena as pesquisas na UFRN.

Os pesquisadores estão animados com os resultados, que têm se mostrado promissores. Até agora, o composto teve eficiência de mais de 90% nos testes e sem efeitos colaterais importantes. Duas indústrias farmacêuticas brasileiras já procuraram a equipe de cientistas para investir no trabalho, que deve durar mais quatro anos até criar um produto final.

“A gente ainda tem ensaios em camundongos para realizar, comparando o produto com a substância isolada. A expectativa é que, com a solubilidade que conseguimos, o efeito melhore, então a gente espera que tenha uma atividade maior ainda referente a redução do peso e obesidade”, afirma Adley Lima, que é professor do departamento de Farmácia da UFRN.

A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado de Luana Carvalho, orientada por Adley. “A obesidade é um problema crônico e agora, nesse momento de pandemia do coronavírus, as pessoas obesas estão em grupo de risco. Se esse medicamento já fosse comercializado, ele poderia salvar a vida de uma gama de pessoas que hoje vivem obesas”, conta a pesquisadora.

Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade (55,7%) da população adulta do país está com excesso de peso e quase 19,8% está obesa.

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