PIB permanece positivo no terceiro trimestre de 2017

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BCB) apontou crescimento de 0,58% na economia brasileira no terceiro trimestre de 2017 em comparação ao segundo trimestre deste ano. Já o Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), também apontou alta de 0,1% (dados ajustados) para o mesmo período. Na divulgação dos dados oficiais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também confirmou o crescimento. É o terceiro trimestre seguido de números positivos. Nesta edição, o IBGE também revisou alguns números anteriores. 

Os dados divulgados apontam que, na mesma comparação, a agropecuária caiu 3,0%, enquanto indústria e serviços cresceram 0,8% e 0,6%, respectivamente, puxados pela indústria de transformação (1,4%) e pelo comércio (1,6%). De acordo com Christian Bundt, membro do Comitê Macroeconômico do ISAE – Escola de Negócios, pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,2%, enquanto a formação bruta de capital fixo (investimentos) cresceu 1,6%. “Foi o primeiro crescimento dos investimentos após 15 trimestres seguidos de estabilidade ou queda. O consumo do governo vem caindo e, no terceiro trimestre, decresceu 0,2%”, explica Bundt. 

Na comparação anual, em relação ao mesmo trimestre de 2016, houve crescimento de 1,4%. O setor agropecuário registrou crescimento de 9,1% em relação a igual período do ano anterior, com destaque para as lavouras de milho e algodão. O setor industrial também cresceu 0,4% no período, com destaque para as indústrias de transformação, que apresentaram crescimento de 2,4%, nos segmentos de alimentos, veículos automotivos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, móveis e indústrias diversas, e máquinas e equipamentos. 

Já a indústria extrativista expandiu 2,4% em relação ao ano passado, com destaque para extração de minérios ferrosos. O setor de serviços também teve expansão de 1,0% com ênfase no segmento do comércio, que cresceu 3,8% (atacadista e varejista), e nas atividades imobiliárias, com crescimento de 2,1%. 

Para alguns economistas, o comportamento do PIB brasileiro em 2017 é “vôo de galinha”, pois novamente aponta tendência de queda (observe o gráfico). Entretanto, outros acreditam que algumas bases para a economia se sustentar estão postas, como a inflação (que já mostra certo descompasso entre oferta e demanda), o emprego (que cresce no campo da ocupação) e o PIB (que vem se mostrando positivo). Outro ponto que chama atenção é o crescimento do consumo das famílias e a redução dos gastos do governo. 

Para Bundt, ainda há pela frente o desafio da previdência e das eleições, que devem influenciar bastante o cenário econômico. “Os especialistas consultados pelo BCB para o Relatório de Mercado Focus estão empolgados com o terceiro aumento consecutivo do PIB, e aumentaram suas previsões para o PIB 2017, de 0,73% para 0,89%”, comenta. Para 2018 a previsão também aumentou, de 2,58% para 2,60%. “Como disse Flavio Cotini, presidente do Walmart Brasil, é preciso que os empresários e trabalhadores estejam confiantes e atentos”, conclui Christian.

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