Polícia Civil do PE pede prisão de blogueira por insultos a bebê com Down; “É nojento”

A Polícia Civil pediu a prisão preventiva da blogueira Julia Salgueiro. O inquérito foi concluído após 10 dias de investigações. O delegado Paulo Rameh, titular da Delegacia de Casa Amarela, resolveu indiciar a jornalista pelo crime de discriminação contra pessoa com deficiência, tomando como base o artigo 88 da lei 13.146, de 2015.

O crime prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de pagamento de multa. O advogado da jornalista, Humberto Cavalcante, adiantou que entrará com pedido de habeas corpus nesta terça-feira pela manhã para que ela responda em liberdade.



O inquérito segue ainda hoje para a Central de Inquéritos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O delegado ressaltou que, apesar de a defesa alegar que Julia sofre de depressão, não cabe à polícia avaliar seu estado de saúde e que caberá ao juiz julgar essa questão e determinar, se achar necessário, uma medida alternativa. O delegado tomou como base as declarações feitas pela blogueiras em comentários na rede social Facebook.

Na segunda-feira passada, a blogueira Julia Salgueiro, prestou depoimento, acompanhada pela mãe e por um advogado. A jornalista disse estar arrependida dos comentários feitos na rede social e apresentou documentos comprovando que estaria em tratamento para uma depressão há cerca de seis meses. Foi a primeira vez que a blogueira, processada por injúria qualificada, falou em arrependimento desde que o caso viralizou. Na ocasião, o delegado adiantou que pedria a prisão preventiva de Julia após o encerramente do inquérito.

Entenda o caso

Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down, a família de um bebê de 11 meses prestou queixa contra a jornalista e blogueira de moda recifense Júlia Salgueiro por causa de comentários preconceituosos feitos por ela sobre uma foto da criança postada no Facebook.
A foto foi tirada durante evento voltado para crianças com Down e postada pela tia do menino, a jornalista Juliana Preto, na última terça-feira. A blogueira comparou as crianças a filhotes de cachorro e classificou o sexo praticado por pessoas com a síndrome como “nojento”.  A queixa foi prestada pela mãe da criança, a advogada Maria Cláudia Albuquerque, 28, e o pai, o empresário Heitor Durval, 25.
DIÁRIO DO PERNAMBUCO

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