Polícia da Holanda investiga cativeiro de 5 pessoas por 9 anos

Seis membros de uma família em suposto isolamento do mundo foram encontrados nesta terça-feira, 15, em uma fazenda no vilarejo de Ruinerwold, a somente 130 quilômetros de Amsterdã, nos Países Baixos.

Tido como principal suspeito de ter imposto a reclusão a si e a seus filhos, o patriarca Josef B., como é chamado pela imprensa local, foi preso. Seus cinco filhos, 18 e 25 anos, estão passando bem, informou a prefeitura.

O caso surpreendeu a polícia de Ruinerwold, que investiga se as seis pessoas viviam lá voluntariamente ou se eram forçadas à reclusão por Josef B. As informações colhidas pela imprensa e pelas autoridades são ainda preliminares e insuficientes para elucidar o que se passava naquela fazenda remota.

O prefeito local, Roger de Groot, resumiu esse quebra-cabeça com peças espalhadas ao dizer que a polícia trabalha “com todos os cenários possíveis”.

Marceneiro austríaco, Josef B., de 58 anos, não recebia bem seus vizinhos, reportou o jornal De Telegraaf. Pelo menos um deles afirmou estranhar “todas aquelas câmeras pela casa”. Ele não era o proprietário do lugar, mas sim o inquilino. Alida ten Oever, dona da fazenda, afirmou ter apenas alugado o imóvel, sem manter contato com Joseph B. “Nunca vi nada de errado. Estamos realmente perplexos”, relatou. “Ele sempre pagava direitinho.”

Segundo a agência de notícias Associated Press, o prefeito de Ruinerwold afirmou que a família se mudou para a fazenda há nove anos. O paradeiro da mãe dos cinco jovens é incerto. O jornal Algemeen Dagblad afirma que os policiais consideram a possibilidade de ela ter morrido durante esse período e enterrada na fazenda.De Groot disse que a casa era dividida em “um número improvisado de quartos”.

O jornal De Telegraaf informou que a família ocupava “uma pequena sala sempre fechada”, e não uma adega, como foi mencionado inicialmente. O caso foi revelado após o mais velho dos filhos de Joseph B., de 25 anos, ter visitado um bar local duas vezes nos últimos dez dias.

No domingo 13, o jovem entrou no estabelecimento “aparentando estar confuso”, disse o proprietário do bar, Chris Westerbeek. Tinha os cabelos longos emaranhados. “Ele disse que fugiu e que precisava de ajuda. Contou que nunca havia estudado. Então, chamamos a polícia”, disse Westerbeek.

Por meio de sua conta no Twitter, a polícia local anunciou ter sido alertada sobre o caso por alguém “preocupado com a condição de vida” da família.

Por Caio Mattos/Veja.com

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