Polícia vai investigar quem divulgou vídeo da morte de Raíssa

O delegado Álvaro Muniz, responsável pelas investigações sobre a morte de Raíssa Sotero Rezende, de 14 anos, assassinada por duas outras adolescentes na Praia de Maria Farinha, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, também vai investigar quem foi o responsável pelo vazamento do vídeo em que a vítima aparece sendo torturada, agredida e depois afogada.

As imagens se disseminaram pelas redes sociais pouco depois do assassinato da garota, ocorrido na terça-feira (25). O compartilhamento de conteúdos mostrando pessoas mortas é considerado crime pela lei brasileira.

O responsável pela publicação das imagens pode ser enquadrado no artigo 212 do Código Penal, que prevê o crime de vilipêndio de cadáver e estabelece pena de uma a três anos de prisão e multa.

Até agora, porém, a polícia tem poucas informações sobre em que celular o vídeo foi gravado e quem estaria de posse do aparelho.Nesta sexta-feira, a mãe e o namorado de Raíssa foram recebidos na delegacia de Maria Farinha para prestar depoimento.

Embora a autoria já esteja esclarecida, ainda há alguns pontos que precisam ser buscados no inquérito, como a eventual participação de outras pessoas que podem ter ajudado a levar a adolescente ao local onde ela foi morta e um possível premeditação do assassinato.

Como há informações desencontrada dando conta de que Raíssa teria entrado em um carro nas proximidades da escola onde estudava, no Centro do Recife, e também relatos de testemunhas afirmando que ela teria sido vista em um ônibus em companhia de uma das suspeitas, o delegado requisitou imagens das câmeras de segurança da empresa de transporte que faz a linha em que elas teriam embarcado.

A companhia, porém, avisou que as imagens só ficam guardadas no sistema por 24 horas, e depois são automaticamente deletadas. Muito abalada, a mãe da adolescente precisou ser amparada pelos policiais para conseguir entrar nas dependências da delegacia. Em entrevistas logo depois do sepultamento da filha, ela contou que Raíssa manteve, por cerca de um ano e meio, um relacionamento com uma das suspeitas.

Ela descreveu o namoro como abusivo e relatou que a adolescente era agredida física e psicologicamente e que Raíssa chegou a mudar de comportamento com os familiares.

Ao terminar a relação, a garota teria sofrido perseguição, mesmo depois de começar a se relacionar com o atual namorado, de 17 anos.

De acordo com o delegado Álvaro Muniz, uma das principais dificuldades enfrentadas por ele é a falta de testemunhas dispostas a colaborar com as investigações. Mesmo com várias pessoas afirmando, durante o velório, ter informações sobre o caso, elas estão com medo e não procuraram a polícia para dar detalhes que podem ajudar no inquérito.

 

OP9/PE

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