Policial da ROTA foi morto quando saía de casa na zona sul de São Paulo
Um policial da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) foi morto com tiros de fuzil quando saía de casa na manhã deste sábado (4) em Interlagos, na zona sul de São Paulo.
Este é o segundo caso de execução de um integrante da tropa de elite da Polícia Militar no estado em menos de dez dias. No dia 25 de abril, outro agente havia sido assassinado em Santos.
A polícia investiga os crimes como possível retaliação do Primeiro Comando da Capital (PCC) devido à recente transferência de líderes da facção para presídios de outros estados e também à ação da Rota que resultou na morte de 11 criminosos durante assalto a bancos, em Guararema, no início de abril.
Sobre a segunda execução
Imagens de uma câmera gravaram o momento em que o cabo Fernando Flávio Flores foi atingido por vários disparos quando saía de casa e entrava em seu carro Fiat Dobló. Os criminosos estavam em um automóvel de cor prata. O veículo do PM foi alvejado com mais de 60 tiros e ele foi atingido por disparos de fuzil na cabeça e em outras partes do corpo, morrendo na hora.
Os executores fugiram e o automóvel, roubado, que utilizaram foi encontrado queimado, horas depois, em Parelheiros, também na zona sul da capital.
Um policial da Rota, que pediu para não ser identificado, disse que as características são de execução praticada pelo crime organizado. “Roubaram um carro, fizeram um dublê para que ele pudesse circular e planejaram a execução. Eles escolheram um policial da Rota, já sabiam da rotina dele e esperaram que saísse de casa para atacar. Usaram fuzil, arma que não é qualquer bandido que usa. Esse crime tem a assinatura do PCC e não tenho dúvida de que foi retaliação. O PCC tem ódio declarado da polícia, com ênfase para a Rota, que sempre combateu de forma muito forte e eficiente a facção”, contou.
Primeira execução
O outro policial da Rota foi morto na noite de 25 de abril, em Santos. O sargento Daniel Gonçalves Correa, de 43 anos, estava de folga, sem farda, e participava de um evento quando foi abordado pelos ocupantes de uma moto. Um homem desceu, se aproximou pelas costas e atirou em sua cabeça. Depois que a vítima caiu, o agressor fez outro disparo. Ninguém foi preso. Correa respondia a processo por ter matado, em fevereiro de 2016, um suposto integrante do PCC.
Transferência de Marcola
Uma das transferências que teria incomodado integrantes da facção foi a do líder Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. “A transferência do Marcola não teve uma represália imediata porque o PCC aprendeu que uma ação maciça, como a de 2006, causa uma repressão ainda maior. Eles estão fazendo de forma pulverizada. Houve outras mortes de policiais que foram dissimuladas, como assalto. Mata o policial e rouba uma moto. Agora, estão escrachando, executando policiais da tropa de elite”, disse a fonte à reportagem.
Os casos estão sendo investigados pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos. Equipes da Corregedoria da Polícia Militar acompanham as investigações.
Fonte: Estadão Conteúdo
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.