População queima vegetação para tentar acelerar passagem da transposição na PB

Preocupados com a lentidão da passagem das águas da tranposição do Rio São Francisco pelo leito do Rio Paraíba, os moradores da zona rural do município de Barra de São Miguel, no Cariri paraibano, estão ateando fogo na vegetação existente no meio do rio.

A intenção é diminuir os obstáculos para que a água consiga passar com maior velocidade e chegue mais rápido ao espelho d’água do açude Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão. O reservatório está com apenas 3% da capacidade total de água.




 

Desde a madrugada da última quarta-feira (12), as águas já entraram na bacia hidráulica do açude (área total do que abrange o reservatório), mas o volume do manancial está tão baixo que, ainda na tarde deste domingo (16), faltavam cerca de 4 km para que a água da tranposição encontrasse com a água do açude, que abastece Campina Grande e outras 18 cidades da região.

O pintor Romero Ferreira, de Campina Grande, aproveitou o domingo para viajar até o Cariri para acompanhar a chegada das águas. Ele disse que está preocupado com as barreiras que a água está precisando enfrentar para passar e apoiou a iniciativa dos moradores. “Eu vim de Campina Grande para ver a realidade da água. Tem muitos obstáculos para a água chegar ao açude Epitácio Pessoa. Essa queimada foi o que ajudou. O capim aqui é muito alto. Ele queimando fica melhor”, disse o pintor.

A Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) garantiu que todas as obras e atividades necessárias para que o Rio Paraíba e os açudes recebessem as águas da tranposição foram feitas. Entretanto, na zona rural de Barra de São Miguel e de Cabaceiras, os moradores informam que não viram máquinas ou trabalhadores fazendo limpeza no leito do Rio Paraíba.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo sendo controlado não representa um risco, mas existe a preocupação de que as chamas se espalhem e atinjam outras águas, saindo do controle da população. O G1 tentou encontrar em contato com a Polícia Militar Ambiental, mas as ligações não foram atendidas.

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