Preço do arroz deve seguir em alta nos próximos meses

Foto: Marcello casal Jr./ Agencia Brasil

A alta no preço do arroz e demais alimentos da cesta básica deve continuar pelos próximos meses, segundo especialistas. Além da crise desencadeada pela pandemia, que derrubou o PIB de grandes países, o analista de economia e política Miguel Daoud, especializado em agronegócio, também citou outros fatores que impactaram no valor do grão, entre eles, a exportação de arroz mesmo com a previsão de alta nos preços internos.

“Empresas [brasileiras] com arroz em estoque, ao invés de jogar no mercado interno, acabaram vendendo para o exterior — o que não deveriam ter feito, pois o Brasil hoje não produz o necessário para consumir. Dessa forma, temos toda uma cadeia contaminada: sobe a soja, o milho, frango, suíno. E isso não se resolve com nenhuma outra medida a não ser fazer um projeto para incentivar a produção de alimentos”, defendeu Daoud.

Luciano Timm, que é ex-secretário da Secretaria Nacional do Consumidor, alertou que o momento é de cautela e, por isso, os brasileiros não devem correr aos supermercados para comprar em grandes quantidades.

“Estocar agora significa só pagar mais caro. A ministra da Agricultura [Tereza Cristina] e os produtores rurais já disseram que não haverá desabastecimento. Outro ponto que os consumidores devem fazer é pesquisar bastante porque há muita variação de preço. Também se deve pensar em alternativas. Todo mundo está acostumado a comer arroz, mas, como já aconteceu em outras ocasiões, talvez seja o caso de repensar a dieta”, aconselhou.

Diretor de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Mário Pegorer disse que o preço do grão ainda não atingiu o seu pico, pois os mercados vendem atualmente o estoque adquirido em agosto.

“Nós estimamos que o pacote de arroz deva chegar ao consumidor final, dependendo da marca e região, entre R$ 35 e R$ 40. Isso será o pico do aumento de preço. O que nós vemos nas gândulas dos mercados hoje ainda é reflexo da comercialização do mês de agosto com preços inferiores ao que está custando o arroz na origem agora”, explicou.

Pegorer ainda prospectou a estabilização do preço do arroz para o início do próximo ano. “Nós vamos ter uma melhoria nas condições de comercialização a partir de dezembro ou janeiro, quando já começa a se ter expectativa da próxima safra. Por enquanto, não teremos queda de preço e, também, os preços reais não chegaram às gândulas do supermercado.”

1 Comentário

Joana

set 9, 2020, 6:47 pm Responder

Engraçado. A mídia só fala no preço do arroz, qd na verdade tudo está nas alturas. Em outros tempos, essa mesma mídia que ao invés de informar, desinforma os cidadãos, estariam gritando alto: a inflação voltou. Agora realmente a inflação voltou e se limitam apenas falar no arroz. Haja paciência.

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