Produtores rurais preferem o gado de corte ao gado de leite, carne acompanha alta, leite não

Do G1 Produtores de leite de Minas Gerais tiveram dificuldade pra fechar as contas em 2015. O preço pago pelo litro não acompanhou a alta do custo de produção. Depois de 40 anos como criador de gado de leite, Pedro Junqueira não olha mais o rebanho com o mesmo ânimo. Está difícil manter a produção. A propriedade dele fica no distrito de Abaíba, em Leopoldina, zona da mata mineira. Há dois anos, a produção diária de leite era de 1,5 mil litros, mas hoje está bem diferente.

Das 200 vacas leiteiras que Pedro tinha na propriedade, só restaram 30. E a fazenda tradicional pela produção de leite, agora está no finzinho da atividade. Aos poucos, ele está trocando o gado de leite pelo de corte. Esse é um dos momentos mais difíceis para pecuária leiteira. Nesta região, os produtores estão vendendo o litro por R$ 0,98, em média, só que o custo de produção por litro está variando de R$ 0,95 a R$ 1.

De acordo com o Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o preço médio do leite em 2015 em todo o Brasil é o menor dos últimos cinco anos. Até para Rogério Barbosa, que tem um rebanho pequeno, a situação está complicada. Ele tinha 40 vacas até o ano passado, hoje são 30. E quando senta para fazer os cálculos, diz que fica ainda mais desanimado. A expectativa não é das melhores. “Ele tende a cair um pouco neste início de ano e depois subir aos poucos”, explica Lorildo Aldo Stock, engenheiro agrônomo da Embrapa Gado de Leite.

Minas Gerais produz mais de 9 bilhões de litros de leite por ano, 26% do total do Brasil.

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