Profissionais que atuaram na linha de frente contra Covid-19 no Hospital de Castanhal, no PA, reivindicam salários atrasados

Foto: Arquivo Pessoal/Funcionários

Aproximadamente 220 profissionais que atuaram no tratamento da Covid-19 no Hospital Regional de Castanhal, nordeste do Pará, reclamam da demora para receber salários atrasados referente aos últimos dois meses. A unidade passou por demissão em massa, após queda de casos da doença na região, segundo os funcionários.

Inaugurado no dia 3 de junho para atender exclusivamente pacientes com Covid-19, o hospital está sendo desativado pela Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa), devido à mudança da bandeira de risco em relação ao novo coronavírus, e deve passar por processo de desinfecção.

Um dos funcionários desligados, que preferiu não ser identificado, afirmou que o comunicado de dispensa foi assinado no último sábado (17) e que a previsão do pagamento seria na sexta (23), mas os trabalhadores foram até o departamento de recursos humanos e nada foi resolvido. Eles dizem que só devem assinar a rescisão contratual quando os salários atrasados forem pagos pela Sespa.

“É uma sensação de desrespeito e total falta de caráter da entidade superior”, relata. “Estávamos na linha de frente sempre, inclusive muitos profissionais adquiriram Covid-19 na assistência aos pacientes. Fomos totalmente expostos para agora sermos descartados e desprezados como lixo. É muito revoltante! Só queremos salvar vidas. Nós salvamos muitas vidas. E em questão de dias estávamos todos no meio da rua”, afirma o profissional.

Entre os trabalhadores desligados estão enfermeiros, médicos, equipe de higienização, copa, maqueiros, diretoria, gerência assistencial. O grupo afirma que muitos não têm condições de ser transferidos para outro município.

Em nota divulgada na última quinta (15), a Sespa disse que serão lançados editais de contratação de Organização Social para gerir as unidades hospitalares dentro do perfil de atendimento necessário para a região de Castanhal.

Sobre os pagamentos atrasados, a Sespa disse neste sábado que “está aguardando a Organização Social responsável dar entrada nos documentos pendentes para então realizar o repasse da verba”.

O G1 solicitou posicionamento do Instituto Nacional de Assistência Integral (INAI), responsável pela administração da unidade, mas ainda aguardava retorno até a última atualização da reportagem.

G1

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