Projeção da equipe econômica para inflação em 2021 sobe e encosta em 8%

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A equipe econômica do governo federal elevou novamente a projeção oficial para a inflação de 2021. De acordo com o Boletim Macrofiscal do Ministério da Economia, divulgado nesta quinta-feira (16), a expectativa atual é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 7,9%. Na edição anterior do documento, publicado em julho, a previsão era de inflação de 5,9%.

Se confirmado, o valor supera o teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Enquanto o centro da meta de inflação este ano é de 3,75%, o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual deixa uma margem para que o IPCA varie entre 2,25% e 5,25%.

Para o ano que vem, a projeção de IPCA passou de 3,5% para 3,75%, também acima do centro da meta de inflação de 3,5% em 2022, mas dentro do limite superior de 1,5 ponto para cima (5%). Ainda assim, é a primeira vez que a estimativa do governo para o índice para o próximo ano fica acima do centro da meta. Na edição anterior do Boletim, a Secretaria de Política Monetária (SPE) do ME destacou a convergência para o centro da meta de inflação a partir de 2022.

A SPE mantém a avaliação de que a pressão inflacionária sido impactada mais fortemente pelas variações ocorridas no grupo dos monitorados. “No acumulado em 12 meses até agosto, esse grupo registrou aumento de 13,69%. Esse aumento é decorrente de elevações significativas nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, diante dos reajustes no preço do gás e das alterações nas bandeiras tarifárias, respectivamente”, observa.

Por sua vez, o mercado financeiro já estima a inflação em 8%. Quando a meta não é cumprida, o Banco Central tem de escrever uma carta pública explicando as razões. Isso porque a principal ferramenta para perseguir a meta inflacionária é a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Desempenho do PIB

O Ministério da Economia manteve a estimativa de alta de 5,3% para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. O número é o mesmo que o divulgado em julho.

O valor é melhor que a a expectativa do mercado financeiro, cuja mediana de projeções recuou para 5,04% no início desta semana, segundo a última edição do Boletim semanal Focus.

“A manutenção da projeção do ano corrente se deve à continuidade da retomada econômica que vem ocorrendo, como mostram os indicadores coincidentes de atividade”, destaca a pasta, que espera “importante contribuição” do setor de serviços ao crescimento econômico no segundo semestre.

O Boletim também elenca o bom carregamento estatístico de 2020, o cenário internacional favorável, taxa de poupança elevada, a rápida recuperação do investimento, o mercado de crédito robusto e a redução da taxa de desemprego no setor informal com a recuperação dos serviços e o avanço da vacinação, como fatores positivos para impulsionar o crescimento em 2021.

Ao mesmo tempo, é destacado o elevado grau de incerteza causado pelo risco de um eventual recrudescimento da pandemia e pelo risco hídrico. “Como em toda projeção, há incerteza inerente às estimações para o horizonte prospectivo”, pondera.

Ainda segundo a equipe econômica, a partir de 2022, a projeção de crescimento do PIB é de 2,5%, com expectativa de “efeitos positivos das reformas pró-mercado e do processo de consolidação fiscal”. POR CNN BRASIL

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