Redução da Jornada de Trabalho é tema de audiência pública no Senado

O Senado Federal realizou na última segunda-feira (9) uma audiência pública para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148/2015, que prevê a redução da jornada de trabalho de 44 para até 36 horas semanais, sem diminuição salarial. O encontro foi promovido pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e reuniu representantes do governo, especialistas, parlamentares e centrais sindicais.
De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), a PEC busca equilibrar a vida profissional e pessoal dos trabalhadores, além de melhorar a saúde e fomentar a inclusão no mercado de trabalho. Paim citou exemplos internacionais como Islândia, Bélgica e Reino Unido, onde a medida já é aplicada com bons resultados.
Argumentos a favor da proposta:
- Cirlene Zimmermann, do Ministério Público do Trabalho, destacou a correlação entre longas jornadas e doenças físicas e mentais, além de acidentes:
“Das 20 ocupações com mais acidentes, 12 exigem mais horas de trabalho”. - Leonardo Landulfo (Anamatra) afirmou que a medida é preventiva e salva vidas:
“Em 2024, foram mais de 740 mil acidentes e 2,5 mil mortes no trabalho no Brasil”. - Adriana Marcolino, do Dieese, lembrou que cerca de 4,9 milhões de brasileiros estão subocupados:
“A redução pode beneficiar tanto quem está sobrecarregado quanto quem quer trabalhar mais horas”. - Érika Medina, auditora fiscal, ressaltou o impacto da proposta na inclusão das mulheres no mercado de trabalho:
“18 milhões de mulheres estão fora do mercado porque cuidam da casa”. - José Reginaldo Inácio, da Nova Central Sindical, afirmou que a redução da jornada é uma medida de saúde pública.
Posição contrária:
- Rodrigo Saraiva Marinho, do Instituto Livre Mercado, questionou a eficácia da PEC diante dos desafios econômicos do Brasil:
“Temos baixa produtividade e alto índice de informalidade. Reduzir a jornada pode agravar o desemprego, especialmente entre os menos qualificados”.
A PEC 148/2015 ainda aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob a relatoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE).
A audiência marca mais um passo no debate nacional sobre como adaptar as relações de trabalho a novas realidades sociais, tecnológicas e econômicas.
1 Comentário
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Zé Matuto
jun 6, 2025, 5:27 pmEssa cambada de covardes, com esse lenga-lenga, e nada fazem pra exercerem a competência de suas atribuições , enquanto isto, ficam subjugados ,cumprindo ordens do Alexandre de Moraes que presidente o STF,descumprindo a constituição,sem respeito e nenhum escrúpulo.
INÚTEIS!