Resenha “Bomba” da VEJA revela que Dilma já é carta fora do baralho, com ou sem impeachment

_DSC7702A edição da revista Veja deste final de semana chega às bancas adiantada. Nesta sexta-feira já pode ser adquirida nas bancas. E, como não poderia deixar de ser, a reportagem-bomba versa sobre o impeachment de Dilma Rousseff, ao mesmo tempo em que inclui um inventário de um dos governos mais desastrados e incompetentes da história do Brasil.

Veja assinala que com o sem vitória na batalha do impeachment, Dilma já perdeu a batalha do poder. Seu governo esfacelou-se e a presidente, abandonada pelos aliados, não comanda mais o Brasil. De fato é isso que está acontecendo. Mas não é só isso.

Dilma só está presidente – já no segundo mandato – não apenas por obra e graça de Lula, mas com o beneplácito e o apoio irrestrito dos mega empresários brasileiros. Muitos deles, como está revelando a Operação Lava Jato, não apenas apoiaram Lula, Dilma e seus sequazes, mas foram sócios do PT na roubalheira incomensurável que colocou a economia brasileira no buraco de onde será penoso sair, principalmente para a parcela menos afortunada.
Já afirmei inúmeras vezes aqui no blog que o PT chegou ao poder não por méritos de Lula, muito menos por meio daquela narrativa burlesca de líder operário protagonista de uma façanha, montagem de marketing  mentiroso. Tanto é que um dos marqueteiros ‘sagrados’ do PT, o tal de João Santana, tão festejando pelo jornalismo áulico dos comunistas, continua enjaulado pela Lava jato.

OPORTUNISMO MALDITO

Lula chegou à Presidência da República porque teve o apoio daquilo que denomino de “núcleo duro” da economia, constituído pelos magnatas da indústria, comércio, serviços e banqueiros.

E aqui não vai qualquer censura àqueles que lograram obter sucesso e riqueza. Se as glórias e o dinheiro procedem do trabalho, do empreendedorismo à mercê do risco inerente à atividade empresarial-capitalística, tudo bem. É justo. O que é deletério é o roubo, sobretudo o roubo do dinheiro público escamoteado por meio da teia de propinas escandalosas que vieram e continuam vindo à tona pela operação Lava Jato. Esse filme de horror infelizmente ainda está longe de terminar.

E a prova de tudo o que estou afirmando é o fato de que a reportagem deVeja revela um fato interessante. Os grandes capitalistas brasileiros insistiram para o retorno de Lula findo o primeiro mandato da Dilma. Transcrevo logo em seguida um aperitivo da reportagem de capa de Veja.

Antes porém devo assinalar que as análises que formulei aqui no blog com respeito ao contubérnio dos mega empresários com o esquema de poder do PT estavam absolutamente certas. A reportagem de Veja denomina esses empresários como “expoentes do PIB nacional”. Parte deles, no entanto, aparece como expoentes da gatunagem dos cofres públicos em parceria com Lula e seus acólitos, como de resto está nos autos dos inúmeros processos e delações premiadas da Operação Lava jato.

ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

Esse conluio dos tais “expoentes do PIB” com a turma do PT, fica claramente evidenciado agora no frigir do impeachment. Tanto é que a Confederação Nacional da Indústira – CNI, desceu do muro no início desta semana, quando decidiu enviar uma carta dos senadores e deputados convalidando o impedimento presidencial. Um pouco antes foi a vez da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, ir para a rua contra o descalabro dos governos do PT.

Deve-se ressaltar que o Conselho Nacional do SESI – Serviço Social da Indústrias e integrante do Sistema CNI tem como presidente ninguém menos do que o principal assecla de Lula, o indigitado Gilberto Carvalho, que até há pouco era ministro Chefe da Casa Civil do Planalto. Nos corredores da suntuosa sede da CNI em Brasília, Gilberto Carvalho é reverenciado por todos. O cargo de presidente do Conselho Nacional do SESI é um dos mais bem remunerados do Sistema CNI.

A julgar pelo que informa a reportagem de Veja, se a voz dos expoentes do PIB nacional prevalecesse em 2014, quem estaria na iminência de sofrer o impeachment seria o Lula!

O que declinei nestas linhas é apenas a ponta do iceberg. Mas o que é verdade absoluta é que quando os capitalistas tupiniquins desejam eleger alguém ou promover a sua deposição não há ninguém que segure. Haja vista que há poucos dias os mega empresários, que são os maiores doadores de campanhas eleitorais, enviaram cartas aos senadores e deputados avisando que só contribuiriam com campanhas eleitorais desde que votassem em favor do impeachment. Imediatamente o placar do impeachment começou a alterar-se de forma inaudita.

Isto tudo quer dizer o seguinte: o Brasil continua sendo um Estado patrimonialista onde impera a confusão entre as esferas públicas e privadas. E essa separação só ocorrerá quando forem extintas todas as empresas estatais, porquanto são o ninho da serpente da corrupção e da roubalheira. Se não forem imediatamente extintas, podem se preparar para futuros petrolões.
Transcrevo um aperitivo da reportagem de Veja. Leiam:

ENFIM, O IMPEACHMENT.
Em 2014, Dilma Rousseff resistiu a uma ofensiva de dirigentes petistas e expoentes do PIB nacional para fazer de Lula o candidato do PT à Presidência da República. Reeleita, viu o PSDB recorrer à Justiça Eleitoral para lhe cassar o novo mandato. Desde o ano passado, seu adversário é outro, o poderoso PMDB, patrocinador e beneficiário direto do pedido de impeachment em tramitação.

Até agora, a presidente sobreviveu à pressão dos três maiores partidos do país. Um feito considerável para uma neófita no universo dos profissionais da política, mas um desalento para a maioria dos brasileiros. Por um motivo simples. A presidente já não exerce a Presidência de fato.

Mostra-se incapaz de restabelecer o diálogo com os setores produtivos e o Congresso e, assim, contribui para agravar a recessão econômica. Na prática, seu governo acabou, e os últimos sinais vitais se restringem a eventos com plateias cativas, a tentativas de obter apoio com a oferta de cargos a deputados e senadores e a batalhas na Justiça, com os pedidos de liminares de última hora no Supremo Tribunal Federal.
Os prazos e datas podem ser adiados, mas nada parece destinado a exorcizar o fantasma do impedimento de Dilma, cujos contornos estão cada vez mais delineados.
Aluísio Amorim

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