Robinson diz que folha de inativos ‘quebra qualquer estado’

O governador Robinson Faria cobrou dos deputados estaduais a aprovação de pacote fiscal e se exime de culpa por crise financeira do Rio Grande do Norte. Durante a leitura da mensagem anual na Assembleia, na manhã desta terça-feira (6), o governador disse que a crise financeira vem de bastante tempo e que “a conta chegou”. Para Robinson, é primordial que os deputados aprovem os projetos sobre o pacote fiscal.

No início de sua leitura, Robinson relembrou os 24 anos em que esteve como deputado estadual, dizendo que se sentia bem no Poder Legislativo e que foi na Assembleia onde aprendeu e descobriu os caminhos do Rio Grande do Norte. Afirmando que iniciou a administração do Estado com problemas ainda mais sérios devido à crise nacional e ao suposto “abandono” da Petrobras ao Rio Grande do Norte, Robinson disse que foi alertado por pessoa próximas para não assumir o comando do Executivo.
“Não faltou quem me alertasse que não era o momento (de ser governador). Diziam que o Estado estava quebrado, que o Estado era uma bomba relógio. Eu queria fazer o Governo da superação. Tranquilidade e facilidade foram palavras que não fizeram parte da minha vida nesses três anos. Dos 9 estados do Nordeste, o nosso era o que estava na pior condição. Depois que assumimos, o Brasil quebrou, a Petrobras quebrou e abandonou o Rio Grande do Norte. Não fui eu, não foi Robinson, o governador que quebrou a Petrobras, que quebrou o Estado. Não foi o meu Governo que quebrou o estado. Mas agora é hora de olhar para a frente. Precisamos enxugar o estado”, disse Robinson.

Entre as medidas necessárias, Robinson disse que os projetos encaminhados ao Legislativo são necessários para evitar o agravamento da crise financeira a curto, médio e longo prazo. Agradecendo pela aprovação de 8 dos 20 projetos encaminhados, o governador disse que respeitou os votos contrários, mas cobrou que o Legislativo dê celeridade à apreciação das matérias que estão na Casa.

“Ainda temos projetos importantes a serem votados, que estão nesta Casa e que precisam de um olhar cidadão, um olhar democrático e, acima de tudo, um olhar humano, pois são temas que afetam a vida de milhões de norte-riograndenses. São projetos como o teto de gastos, congelamentos de gastos e tantos outros, que se coadunam com o nosso esforço em salvar a governabilidade do Estado para o hoje e para o futuro”, disse Robinson, afirmando ainda que havia projetos em tramitação desde 2015.

Afirmando que as medidas impopulares são necessárias, Robinson disse que não deixará de tomá-las para manter a imagem que construiu como político ao longo dos anos.

“Sei da minha cota de responsabilidade pelo que está acontecendo e tenho colocado minha história de vida pública para reverter a situação. Nem que para isso eu tenha que sacrificar ainda mais a imagem que eu construi. Não tem problema. Coloco o RN em primeiro lugar acima de todos e acima de mim mesmo”, disse o governador.

Um dos principais pontos tocados por Robinson foi com relação à folha de inativos. De acordo com o governador, dos 51 mil inativos, somente 8 mil contribuem com a previdência. “Isso é uma bomba relógio, meus amigos, que vem de muitos anos atrás e não foi criada por mim. Isso quebra qualquer estado”, disse Robinson, afirmando ainda que o Estado precisa aportar mais de R$ 100 milhões por mês para cobrir o déficit com a previdência.

Confira mensagem na íntegra aqui.

 

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