Rogério Marinho diz que Bolsonaro ‘não roubou nem deixou roubar’ e critica STF em cerimônia no RN

Durante a sessão solene que homenageou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com os títulos de Cidadão Natalense e Cidadão Norte-rio-grandense na última quinta-feira (12), o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que Bolsonaro está pagando “um preço alto por ter feito diferente”. Em seu discurso, Marinho classificou a inelegibilidade do ex-presidente como uma injustiça motivada por “crime de opinião” e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de tentar calar opositores.

“O presidente Jair Bolsonaro não roubou, nem deixou roubar. Cumpriu a sua missão. E, ao fim de quatro anos de governo, é punido com a inelegibilidade”, declarou o senador, que foi ministro do Desenvolvimento Regional na gestão Bolsonaro. Marinho defendeu que a punição decorreu de uma reunião com embaixadores na qual o ex-presidente criticou o sistema eleitoral, o que, segundo ele, passou a ser tratado como crime no Brasil.

O senador também atacou duramente o STF ao comentar o julgamento sobre o Artigo 19 do Marco Civil da Internet. Em tom irônico, citou falas de ministros que, segundo ele, indicariam simpatia por modelos autoritários de controle da informação. “Temos que verificar se quem fará a censura será um órgão do Estado ou a própria plataforma”, comentou, insinuando que há uma ameaça à liberdade de expressão.

Marinho ainda destacou os repasses federais ao Rio Grande do Norte durante o governo Bolsonaro, somando quase R\$ 14 bilhões entre 2019 e 2022. Ele disse que os recursos foram distribuídos sem distinção partidária, num gesto de “republicanismo”.

Encerrando o discurso, o senador fez um ataque ao atual governo federal e afirmou que “a noite escura” estaria perto do fim: “Falta apenas um ano e quatro meses”, disse, sugerindo uma virada política nas próximas eleições.