Saída de Dilma é irreversível, dizem especialistas

Foto: Divulgação
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Na opinião dos cientistas políticos Antônio Lavareda e Cláudio Couto, os protestos que levaram milhares às ruas por todo o país no domingo (13) tornaram o desembarque do governo Dilma “irreversível”. Eles foram os entrevistados do programa Canal Livre.

Para Couto, o atual cenário político traz uma série de elementos que costumam a levar ao fim de um mandato: manifestações de rua, perda de apoio no Congresso e crise econômica. “Dilma não comerá o milho de São João, ou seja, não passa de junho”, acrescenta Lavareda, utilizando uma expressão popular no Nordeste.

Para os especialistas, o Brasil não está dividido, já que apenas 11% avaliam o governo Dilma como bom ou ótimo. Na opinião dos cientistas políticos, é até melhor que a petista se afaste. “É melhor para políticos da legenda que irão disputar eleições municipais e para a recuperação do partido em si”, avalia Lavareda. O processo menos traumático para a saída de Dilma, opinam ambos, seria uma possível renúncia da presidente ou até mesmo o impeachment, algo que evitaria a chama de novas eleições. “Novas eleições agora agravariam o quadro de crise econômica que vivemos, com consequências imprevisíveis”, alerta Lavareda. “Um governo de transição, presidido por Temer, seria mais eficaz do que um país mergulhado em um novo processo eleitoral.”

Se o Tribunal Superior Eleitoral optar pela cassação da chapa que envolve Temer, porém, esse novo processo eleitoral seria inevitável. Para Couto, é importante ter em mente que qualquer outro político deve trabalhar de modo semelhante ao de agora. “Se governa o país hoje como se governou sempre. Nada do que temos aqui foi invenção do PT. O que temos é um reflexo de uma prática política que vem de muito tempo.”

Fim do PT

A pergunta que fica é se, com o desgaste do governo Dilma, o Partido dos Trabalhadores conseguirá reconquistar seu espaço na política. Para Cláudio Couto, o fim do PT seria desastroso. “O PT representa uma parcela da sociedade brasileira do ponto de vista social mesmo. É um partido articulado com sindicatos e movimentos sociais variados. Se você aniquila o PT de uma hora para outra, você cria um vácuo”.

Lula

Investigado na Lava Jato e pelo Ministério Público de São Paulo, Lula complica ainda mais a atual situação do PT. A figura que poderia acudir Dilma neste momento, pode justamente criar mais uma problemática.

“Primeiramente, Lula precisa resolver a sua própria situação”, diz Couto quando questionado se a figura do petista poderia salvar o mandato de Dilma. “O Lula de hoje não é o Lula de uns meses atrás quando era um esteio para o governo.”

Moro 

“Me preocupa transformar a figura de um juiz em herói”, observa Cláudio Couto sobre a admiração popular diante da imagem de Sérgio Moro, juiz responsável pelas investigações da Operação Lava Jato. “Parece que qualquer coisa que ele vir a fazer é aceitável, mesmo quando for um excesso”, alerta.

2 Comentários

Inácio Auguto de Almeida

mar 3, 2016, 6:57 pm Responder

Não chega a julho. Na fogueira de São João já terá dito adeus. O pingo de água será a nomeação de Lula Ministro.
Bem, isto é apenas um previsão. Certeza mesmo eu tenho de uma coisa. Muito antes dos recursos SAL GROSSO serem julgados a Dilma não mais será a Presidenta do Brasil.
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OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS EM MARÇO?
DEFENDA SEU DINHEIRO. NÃO VOTE EM CORRUPTO!

Inácio Auguto de Almeida

mar 3, 2016, 7:40 pm Responder

Dilma acaba de anunciar um novo nome para o Ministério da Justiça.
Quando um governo começa a trocar ministro como quem troca camisa é porque o fim está próximo. A história aí está repleta de exemplos. A música que mais se ouve hoje no Alvorada é My Way. Resta a Dilma um consolo. Fez do jeito que queria. Pena que tenha deixado o país mergulhado numa recessão. E pensar que tudo poderia ter sido tão diferente…
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