Setor de construção teme fim do Minha Casa, Minha Vida

Temendo pelo futuro do “Minha Casa, Minha Vida”, cerca de 1.500 empresários e operários da construção civil promoveram nessa quinta-feira (19), em frente à agência da Caixa Econômica Federal da rua Tupinambás, no centro da capital, uma manifestação reivindicando a liberação de recursos para o programa habitacional do governo federal.

O ato, realizado também em outros 12 Estados, teve ainda o objetivo de pressionar o Conselho Curador do FGTS que, na próxima terça-feira, decidirá se autoriza a liberação de R$ 10 bilhões para o programa em 2018.

Uma das organizadoras do evento, a Associação de Construtores da Região Metropolitana Belo Horizonte (ACRMBH) alertou, também, para a falta de repasses do governo federal para a continuidade das obras. Segundo o presidente da entidade, Roberto Barbosa, caso não haja solução desse problema, o futuro do Minha Casa, Minha Vida é incerto. “Há cerca de 45 dias que não recebemos os recursos prometidos.

A Caixa até chegou a liberar algo pingado, menos de 10% do prometido, o que é insuficiente para suprir a demanda da construção civil. Por isso, infelizmente, estamos parados. Todo o setor está parado. Quem não parou, irá parar nos próximos dias. Caso continue assim, teremos que demitir centenas de trabalhadores e cancelar contratos de execução, uma vez que não temos um posicionamento, nem da Caixa Econômica nem do Ministério das Cidades”, explicou Barbosa.

Segundo ele, toda uma cadeia produtiva será impactada, caso o governo não faça os repasses prometidos. “Infelizmente, a consequência será demissões. O pequeno construtor, que representa cerca de 70% de todo o mercado, trabalha com recursos próprios e compra no depósito com seu dinheiro. Caso continue assim, não teremos como arcar com a continuidade dos projetos. Toda a cadeia será prejudicada, atingindo engenheiros, empregados, arquitetos e depósitos”, lamenta.

A ACRMBH informou que a superintendência regional da Caixa atendeu os manifestantes ainda nessa quinta-feira (19) e prometeu uma reunião na próxima sexta-feira, seja qual for a decisão do Conselho Curador do FGTS.

Além de cobrar a continuidade do programa, os manifestantes também pediram um plano emergencial para contratação imediata dos imóveis que estão à espera de financiamento, além da criação de uma lista de espera com as pessoas que estão com seu financiamento aprovado, mas não conseguem fazer a contratação do imóvel.

NÚMEROS

R$ 10 bi é o valor que o Conselho Curador do FGTS pode liberar

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