Setor turístico potiguar mostra otimismo com o verão

O turismo no Rio Grande do Norte espera registrar na alta estação de 2024 resultados semelhantes ou superiores ao do período pré-pandemia. A estimativa é de que a atividade acompanhe os resultados nacionais, com crescimento previsto em 5%, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Corroboram para um bom veraneio potiguar os dados de voos aéreos previstos para janeiro, além das estimativas de aumento na chegada de turistas estrangeiros. Dados do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) mostram que Natal terá alta de 26,6% no número de estrangeiros na alta estação.

No ano passado, o Rio Grande do Norte atingiu a marca dos 15,6 mil turistas de outros países. O número é o melhor resultado desde 2020, quando 8,5 mil visitantes desembarcaram no destino potiguar. Em 2019, o estado registrou a entrada de 27,8 mil estrangeiros.

Além disso, em 2023, o turismo potiguar registrou alta superior de 11% no faturamento acumulado do ano em comparação com 2022, chegando à casa de R$ 100 milhões, segundo dados de uma pesquisa do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Os dados analisam apenas os dois primeiros quadrimestres do ano.

Segundo Solange Portela, titular da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur), a alta estação turística deste ano deve ser igual ou superior ao período pré-pandêmico. “As expectativas baseiam-se no aumento do movimento aeroportuário, indicando uma possível retomada. No entanto, não conseguimos quantificar a chegada de turistas por via terrestre, que representa uma parcela significativa dos visitantes”, disse.

Ainda de acordo com dados da Setur, a expectativa é de que o Rio Grande do Norte receba mais de 400 voos extras durante o veraneio. Portela detalha que a Azul Linhas Aéreas terá acréscimo de 238 voos, e a Latam programou 176 voos extras.

Em relação aos perfis dos turistas, a maioria é regional, especialmente do Sudeste, com destaque para São Paulo e Minas Gerais. “A região Sul, representada pelo Paraná, também contribui”, comentou.

Com relação aos estrangeiros, a liderança é de turistas sul-americanos, principalmente os argentinos, por conta do voo semanal de vindo de Buenos Aires, a capital argentina. “O turismo estrangeiro também ganhou impulso, principalmente de Portugal, com a retomada do voo diário em novembro. As expectativas apontam para boa ocupação nos voos”, comemorou Portela.

Segundo o Boletim Braztoa 2023, o volume de vendas das operadoras do setor na alta temporada deve registrar uma alta de 36,84%. Segundo o levantamento da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, 36,84% das empresas do ramo apresentam faturamento acima do programado. A comercialização de roteiros completos, compostos por transporte aéreo, hospedagem e serviços e passeios locais, lideram em todos os períodos.

Mas nem tudo flores. Para Abdon Gosson, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), o setor turístico brasileiro ainda deve passar por um período de recuperação das perdas decorrentes da pandemia de Covid-19. “Desde o ano passado, o turismo mundial ultrapassou os patamares pré-pandêmicos. Infelizmente, essa tendência não é refletida no Brasil. Enquanto o turismo está aquecido em todo o mundo, o Brasil não consegue aproveitar plenamente esse momento”, lamenta.

Ainda segundo ele, a alta estação deverá representar um um crescimento de 5% para o setor. No entanto, para Gosson, ainda há desafios que precisam ser vencidos, como o número reduzido de companhias aéreas atuando no país. “Isso resulta em passagens mais caras, especialmente para o aeroporto de Rio Grande do Norte, que tem uma das rotas mais caras do Brasil”, relata.

A estimativa do setor é que a hotelaria tenha uma ocupação média de 70% durante o mês de janeiro. “Poderíamos ter uma ocupação hoteleira de 90% a 100% se as tarifas aéreas fossem acessíveis à população brasileira. No entanto, a prática de preços elevados prejudica profundamente o setor turístico, minando seu potencial de crescimento e contribuição econômica para a região”, encerrou.

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