Suposta contaminação em pacote de frango importado do Brasil é ‘pouco provável’, dizem infectologistas
Foto: Reprodução
A prefeitura de Shenzhen, cidade da China próxima de Hong Kong, anunciou nesta quinta-feira (13) que detectou traços do novo coronavírus na superfície de pacote de frango importado do Brasil, o maior produtor mundial de frango (Veja Aqui).
De acordo com o número de registro informado no comunicado da prefeitura de Shenzhen, o lote pertence ao frigorífico Aurora, de Santa Catarina. Por meio de sua assessoria, o frigorífico informou que a mercadoria leva 40 dias para chegar à China.
O G1 procurou infectologistas para comentarem o caso. Todos afirmaram que é pouco provável que o pacote do frango tenha sido contaminado no Brasil.
“Não existe comprovação científica que, mesmo estando congelado, o vírus poderia sobreviver na superfície tanto tempo [40 dias]”, explica o infectologista Marcelo Otsuba. “Por isso, é muito pouco provável que o produto tenha sido contaminado no Brasil. O mais provável é que a contaminação tenha ocorrido no final, já na China, depois de ser manipulado por alguém contaminado”, afirma Otsuba.
Caso tenha conseguido viajar na superfície por tanto tempo, a infectologista do Hospital Emílio Ribas, Ana Freitas Ribeiro, aponta que o pacote pode ter sido contaminado em qualquer momento da viagem.
“Pode ter sido contaminado no Brasil, se alguém infectado manipulou o pacote sem luvas, sem máscara ou tenha espirrado nele, assim como pode ter sido contaminado quando chegou na China”, diz Ribeiro.
A microbiologista Natália Pasternak explica que, caso a contaminação do pacote tenha ocorrido de fato no Brasil, o vírus não chegaria ativo na China, capaz de contaminar as pessoas.
“Depois de 40 dias o vírus não está mais viável. O que pode ter acontecido é que foi detectado nesta inspeção o RNA do vírus, fruto da contaminação no manuseio da carne”, explica Pasternak (Veja mais em G1)
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